Policiais e servidores podem estar envolvidos com tráfico de carretas

Alline Marques

Foto: Lucas Bólico - OD Oslaim Santana, superintendente da PF, e delegado Fernando Salomão, responsável pela operação

Servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos dos estados de Mato Grosso, São Paulo e Mato Grosso do Sul podem estar envolvidos com a quadrilha desarticulada, na última sexta-feira (6), durante a Operação São Cristovão. A informação é do superintendente da Polícia Federal, Oslaim Santana.
A suspeita surgiu a partir do momento que a PF encaminhou aos órgãos responsáveis carretas apreendidas com adulteração de chassi e placa, porém os veículos foram liberados e voltaram a circular na cidade. O delegado responsável pela investigação, Fernando Salomão, contou que o fato ainda precisa ser apurado, porém esses servidores terão que explicar a liberação.
"Eles terão que explicar porque liberaram os veículos com sinais evidentes de adulteração, mas isso ainda precisa ser investigado pela polícia", declarou durante entrevista coletiva na última sexta-feira (6).
A quadrilha era especializada na receptação de veículos roubados nos estados de São Paulo e Paraná. Em seguida, "esquentavam" os documentos, clonavam placas e adulteravam o chassi de carretas e caminhões para que atravessassem a fronteira com a Bolívia, passando por Mato Grosso.
Os veículos eram vendidos por até R$ 150 mil no país vizinho e o dinheiro era usado para compra de drogas. O empresário do ramo de guincho em Cuiabá, Rondon Said Neto, era líder da quadrilha e está preso desde junho deste ano, quando foi detido em flagrante com 40 quilos de cocaína na cidade de Poá, em São Paulo.
O bando também atuava no tráfico internacional de drogas e realizava o transporte da pasta base somente de avião da Bolívia para o Brasil. O entorpecente servia para abastecer o tráfico na região Sudeste.

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Selzy Quinta