Anualmente o número de doentes sobe com 470 mil novos casos
Tratamento avança, mas a doença aumenta a cada ano no país
Evandro Fadel
Curitiba-AEO câncer só perde para as doenças cardiovasculares no ranking das principais enfermidades que levam à morte no Brasil e no resto do mundo. Mas, em 2020, a doença pode chegar à primeira posição, o que tem levado a apelos no sentido de preveni-la e ao aprofundamento de estudos para buscar a cura, além de tratamentos mais eficientes. "É a doença mais desafiante para a medicina", afirmou o presidente do 18º Congresso Brasileiro de Cancerologia, que reúniu mais de 2 mil pessoas em Curitiba (PR), Luiz Antonio Negrão Dias. No evento, que terminou na sexta-feira, foram apresentados 753 trabalhos científicos sobre o tema.
De acordo com Dias, há 20 anos a diferença estatística entre mortes ocasionadas por doenças cardiovasculares e por câncer era de 18%. Hoje, caiu para cerca de 6% a 7%, apesar de o índice de cura do câncer ter aumentado substancialmente. Há 50 anos, o índice de mortalidade era de 70%. Hoje, entre 54% e 56% dos doentes conseguem se curar. "É inegável a evolução no processo de cura nesses últimos anos", acentuou Dias. Mas, por outro lado, anualmente o número de doentes aumenta com 470 mil novos casos somente no Brasil, o que, segundo Dias, poderia ser reduzido com alterações em alguns hábitos de vida, como o fumo, sedentarismo e alimentação não saudável.
No congresso, foram discutidas várias das armas terapêuticas à disposição dos oncologistas. Segundo o presidente do evento, elas se dividem em quatro frentes de batalha: cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. No caso da cirurgia, a tendência é ser cada vez menos invasiva. A última novidade trazida ao congresso é a robótica - no Brasil há quatro equipamentos, todos em São Paulo. Monitorado por computador movido por um médico, o aparelho trabalha com mais precisão e abrevia o tempo de recuperação do paciente. "Isso reinventa a cirurgia", destacou Dias.
Selzy Quinta
Nenhum comentário:
Postar um comentário