JOANICE DE DEUS - Da Reportagem-DC
A luta pela reforma agrária reúne cerca de 1.500 trabalhadores rurais de vários movimentos do campo em Mato Grosso na Jornada de Luta Unificada pela Reforma Agrária, que segue até sexta-feira, em Cuiabá.
A concentração, em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), contará com integrantes dos Sem-terra (MST), Federação da Agricultura (Fetagri), Assentados e Acampados (MTA) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), entre outros.
“Tem trabalhadores da região de Colniza, Pontes e Lacerda, Comodoro, Rondonópolis, Sinop e Sorriso”, informou o coordenador estadual do MST, Genadir Vieira dos Santos.
Segundo ele, são várias as reivindicações, mas há cinco pontos em comum entre os movimentos, sendo eles o assentamento imediato das famílias acampadas, melhoria da infra-estrutura nos assentamentos, legislação ambiental, reposição do orçamento do governo federal destinado à reforma agrária e estruturação do Incra.
“O próprio Incra diz que não tem funcionários para atender todo o Estado e precisa de uma melhor estruturação”, comentou. “Neste ano, 48% do orçamento federal foi cortado. Além disso, falta vontade política para agilizar a reforma agrária”, acrescentou.
Eles também cobram a atualização imediata dos índices de produtividade, usados como referência para classificar como improdutivo os imóveis rurais que devem ser destinados à reforma agrária.
Conforme Genadir Vieira, entre todos os movimentos do campo, aproximadamente 20 mil famílias aguardam, em acampamentos precários, o assentamento em Mato Grosso. Do total, 3.500 são do MST. “Em todo o governo Lula apenas 38 famílias foram assentadas em Mato Grosso”, afirmou.
Na Capital, as lideranças dos trabalhadores vão tentar se reunir com representantes do Incra, do governo do Estado e do Ministério Público. O cronograma das atividades para hoje e os próximos dias na cidade seria definido ontem à tarde.
BRASÍLIA – Cerca de três mil integrantes do MST de todo país também participam em Brasília de uma mobilização que integra a Jornada Nacional de Lutas. O movimento é engrossado por 40 trabalhadores de 28 assentamentos e acampamentos de Mato Grosso.
De acordo com informações da Agência Brasil, os manifestantes reivindicam o descontingenciamento, por parte do Ministério do Planejamento, de R$ 800 milhões do orçamento do Incra para este ano e a aplicação na desapropriação e obtenção de terras, além de investimentos no passivo dos assentamentos.
Selzy Quinta
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