O amistoso será amanhã, contra o selecionado local, que faz promoção para tentar vencer todos os ingressos para o jogo
Robinho diz que não conhece nada sobre o adversário de amanhã, mas revela que sua preocupação é a vitória
JAMIL CHADE - Da Agência Estado – Tallin, Estônia
Em uma medida desesperada para tentar não passar vexame, os organizadores do amistoso de amanhã entre Brasil e Estônia estão dando um desconto de 50% nos preços dos ingressos. O estádio onde acontecerá o jogo, em Tallin, tem capacidade para apenas 9,3 mil pessoas, mas nem todos os bilhetes foram vendidos antecipadamente - ontem, restavam cerca de mil entradas à disposição do público.
Nem mesmo uma propaganda enganosa ajudou a atrair o público. Para promover o amistoso de amanhã, Tallin recebeu diversos cartazes com a imagem de Ronaldinho Gaúcho, o que levou os torcedores locais a acreditarem que veriam o jogador em campo Mas ele nem mesmo foi convocado pelo técnico Dunga para defender a seleção brasileira.
Parte da explicação pela baixa procura por ingressos é a pior crise econômica já enfrentada pela Estônia há décadas, com taxa de desemprego de 15%. Outro motivo é o preço das entradas: antes do desconto, os bilhetes estavam sendo negociados entre US$ 150 e US$ 325 - valores altos para um país sem grande expressão no futebol mundial.
Nesta segunda-feira, ao desembarcarem em Tallin, os jogadores brasileiro admitiam a surpresa com o tamanho do estádio onde a seleção vai jogar. "Nunca joguei em um estádio tão pequeno como esse em minha vida profissional", disse o lateral-direito Daniel Alves, que defende atualmente o Barcelona, mas já passou por Sevilla e Bahia.
Para a CBF, o que conta é valor recebido para jogar em Tallin - em média, o preço brasileiro é de US$ 1 milhão por amistoso. Mihkel Uiboleht, porta-voz da Federação de Futebol da Estônia, afirmou ontem que o cachê é secreto. Mas admitiu que nem a renda do jogo, mesmo chegando a 1,3 milhão de euros, pagará a conta.
"Ficaremos no vermelho", avisou o dirigente estoniano. Segundo ele, foi a Federação que bancou todo o custo da viagem da seleção brasileira e o cachê da CBF. "Estamos festejando 100 anos do primeiro jogo local de futebol na Estônia", afirmou Mihkel Uiboleht, ao justificar o alto investimento feito no amistoso de quarta-feira.
Enquanto os cofres da CBF engordam, os jogadores da seleção querem aproveitar o amistoso na Estônia para garantir um lugar no grupo que deve ir ao Mundial de 2010, na África do Sul.
O atacante Robinho, por sua vez, admitiu desconhecer completamente a seleção da Estônia, que ocupa apenas o 118º lugar no ranking da Fifa - os brasileiros lideram essa lista. Segundo ele, o amistoso de quarta-feira vale como preparação do Brasil para o jogo contra a Argentina, no dia 5 de setembro, em Rosário, pelas Eliminatórias da Copa de 2010.
Selzy Quinta
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