KEITY ROMA - Da Reportagem-DC
Serão interrogados sexta-feira os principais réus do processo em que o empresário Júlio Uemura é acusado de liderar uma quadrilha de estelionato. O juiz da 15ª Vara Criminal, José Arimatéia Neves, ouvirá Uemura e outras sete pessoas, entre elas o comunicador e ex-deputado estadual Walter Rabello, que responde à ação pelo crime de tráfico de influência. A suposta organização criminosa foi desarticulada pela Operação Gafanhoto, em março.
Também serão interrogados a filha de Uemura, Gisselma Uemura, Mário Márcio Uemura Meira, Valdomiro Silva, Francisco Dias Lourenço, Onésimo Campos e José Ferreira dos Santos. O começo da audiência está previsto para 8h30, no Fórum de Cuiabá. Antes dos réus falarem, testemunhas de defesa prestarão depoimento, o que pode atrasar os interrogatórios.
“Essa audiência é uma incógnita. Se faltar alguma testemunha de defesa e os advogados das partes fizerem questão do depoimento, a audiência terá que ser remarcada para outro dia. Já se todos vierem, concluiremos a fase de instrução, nem que seja necessário estender a audiência pelo sábado e pelo domingo”, disse o magistrado.
Outros 14 réus no processo já haviam sido interrogados em juízo no dia 8 de junho, e seis denunciados tiveram o processo desmembrado por motivos diversos, de acordo com a 15ª Vara Criminal. No total, 28 pessoas são acusadas de participar do esquema e respondem pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal, tráfico de influência e falsidade ideológica.
Há poucos dias, Júlio Uemura obteve uma vitória judicial com o improvimento do pedido do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) para que o réu voltasse à prisão, pelo juiz de primeira instância. O recurso será julgado pelo Tribunal de Justiça.
“As testemunhas de acusação já foram todas ouvidas. Manter uma prisão dessa não tem sentido”, justificou Arimatéia. O magistrado disse acreditar que até o final do ano já deve haver sentenças no caso.
Segundo ele, um grande entrave para a conclusão do processo pode ser a demora da Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado (Politec) na entrega das degravações de interceptações telefônicas. “A Politec não está funcionando bem e acabamos ficando reféns deles pela necessidade do laudo”, analisou o juiz.
Selzy Quinta
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