Herbert Moraes / Direto do Oriente Médio
EFE
Extremistas palestinos disparam foguete Kassam contra o sul de Israel
Uma escalada de violência entre Israel e milícias da Faixa de Gaza, além do Hamas, na semana que passou, causou pânico nas cidades do sul do país e aos moradores de Gaza também. O sul de Israel foi alvo de centenas de foguetes kassam, mas a reação também não deixou por menos. O toma lá-da-cá esquentou o clima, e aumentou a expectativa no país de que uma guerra está por vir.
A Península do Sinai, que virou terra sem lei, agora vive um fluxo ininterrupto de contrabando de armas que chegam facilmente à Faixa de Gaza. Al Qaeda, Hamas e a Jihad Islâmica agora “patrulham” diariamente a fronteira da península (Egito) com Israel tranquilamente, enquanto isso o tratado de paz com o Egito paira no ar sem direção, e no Cairo não há ninguém no controle.
O que o Ocidente e Israel temiam aconteceu. A Irmandade Muçulmana veio à tona e pode comandar o país árabe mais populoso. O filme que Israel não queria ver ainda traz cenas alarmantes da ameaça do Hezbollah, que vem do norte do país, a guerra civil sangrenta que acontece na Síria, além do trono do rei da Jordânia, que dá sinais de estar trincando. E, é claro, o ato final: milhares de mísseis apontados para o coração do país que serão enviados pelo Irã. Se todas essas ameaças fossem reais, a maioria da população já teria arrumado as malas e se mudado. Um governo responsável já teria convocado todos os compatriotas e pedido para que se mudassem para regiões mais seguras. Mas isso não acontece em Israel porque viver sob ameaça é o oxigênio do país, que adotou o lema “um Estado pequeno cercado de inimigos”. Aqui, um cidadão leal e verdadeiro é aquele que está sempre sob ameaça. A paranoia de que existe um perigo mortal e constante é uma das conexões desenvolvidas entre o Estado e os israelenses.
Não é que o perigo não exista, mas aqui ele é exarcebado e provoca medo na população. Não faz sentido o governo incitar e conectar a “ameaça” da Irmandade Muçulmana com as atividades que acontecem na Península do Sinai e ainda colocar no enredo o Irã, que é para a “ameaça” ficar de bom tamanho.
O Sinai já era terra sem lei na época de Mubarak. Os ataques terroristas de 2006 em Taba, Sharm al Sheik e Dara, o contrabando de armas para a Faixa de Gaza e o estabelecimento de uma célula da Al Qaeda na península, tudo isso aconteceu quando alguém atendia ao telefone no Cairo. Na verdade foi a própria Irmandade Muçulmana que alertou para potenciais ataques vindos do Sinai contra o grupo e contra Israel. Políticos da Irmandade fizeram campanha eleitoral nos vilarejos beduínos antes das eleições parlamentares e presidenciais e prometeram uma vida melhor do que a que levavam na época de Mubarak. Não há como prever se vão suceder onde Mubarak falhou, mas seria ingênuo pensar que a Irmandade tem alguma intenção de causar atrito na fronteira do Egito com Israel.
O Irã, o mais medonho dos monstros que “ameaçam” Israel, não é sequer um aliado da Irmandade Muçulmana. A liderança do grupo fez questão de desmentir o discurso iraniano de que a revolução no Egito tinha fundos religiosos e que foi feita nos moldes iranianos.
É claro que reduzir o tamanho da “ameaça” não faz da Irmandade Muçulmana um membro do clube do sionistas. Eles sempre serão um oponente político e ideológico de Israel. Mas há uma diferença entre um oponente e uma ameaça.
A falta de um resultado conclusivo do segundo turno das eleições presidenciais mostra que existe uma divisão no Egito entre os que apoiam a Irmandade e os que se opõem aos religiosos no comando. E é claro que ainda tem o exército, que, por enquanto, é quem dá a palavra final. Por isso, qualquer previsão de que a Irmandade é uma ameaça para Israel ainda é pura especulação. Ou não: afinal, no Estado judeu cidadão leal é o cidadão ameaçado.
Um comentário:
Só preciso informar ao grande jornalista Herbert Moraes que Israel não existe terra como um povo comum entre os povos da terra. Pena que um jornalista com o seu preparo e oportunidade de cobrir o Oriente Médio, a partir da cidade de Jerusalém, não ter nenhum apego e nenhum amor pela Escatologia bíblica, para entender melhor que o povo judeu foi criado para ser cabeça da terra, e não calda dos povos, principalmente de árabes, palestinos e iranianos. Claro, se eu leio a Bíblia e a compreendo sem os costumeiros exercícios da hermenêutica direcionada para entendê-la melhor, acabo admitindo que, abraçando a causa vocacional dos hebreus, sou também um SIONISTA. E, como se trata de uma determinação do Deus dos céus, e não do Obama, não tenho para onde ir nessa questão, pois, Jerusalém, como cidade escolhida por Deus par ali colocar o seu Nome, é o centro da terra de onde o Criador governa tudo de acordo com a Soa determinação. Então, Herbrt, os judeus se defendem como podem e devem, pois, se fosse e pela vontade de seus vizinhos palestinos que aceitam a ajuda até de Satanás, os judeus já teriam sido varrido do mapa mundi. De sorte que não há nenhum tipo de paranóia pelo fato de Israel dizer que a qualquer momento o inimigo Hezbollah, Al Qaeda, Hamas e a Jihad Islâmica, e/ou mesmo o Irã, enfim, poderão estar às portas tentando destruir um povo que nunca será destruído. Sabe por quê? Porque essa terra que todo mundo quer foi dada aos patriarcas de Israel nos tempos antigos e, como promessa de um Deus que não pode mentir, ninguém de posse dos mais modernos arsenais bélicos ficará com ela.
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