Daldegan se apresentou à Polícia Federal em Rondonópolis.
Fonte: site TVCA
O ex-secretário de Estado de Meio Ambiente (Sema), Luiz Henrique Daldegan, foi preso na manhã desta sexta-feira durante a Operação Jurupari. Daldegan se apresentou à Polícia Federal em Rondonópolis. Há um mandado de prisão contra ele por suspeita de envolvimento em crimes ambientais.
O atual secretário da Sema, coronel Alexander Maia, vai conceder uma entrevista coletiva às 15h, no auditório da Sema, no Centro Político Administrativo, em Cuiabá. Ele vai falar sobre o envolvimento de servidores públicos do Estado na Operação da Polícia Federal ‘ Jurupari’, deflagrada hoje.
Também foram presos na operação: Rodrigo Spinelli, filho do ex-conselheiro do TCE Ubiratan Spinelli; Afrânio Migliari, ex-secretário adjunto da Sema; Sílvio Corrêa, chefe de gabinete do governador Silval Barbosa; Janete Riva, mulher do deputado José Riva; Antônio Carlos Azóia, genro do deputado Riva; Cristiano Volpato, sobrinho do Riva; Paulo Rogério Riva, irmão do deputado Riva; Luciana Esteves, coordenadora de geoprocessamento da Sema; três engenheiros florestais e servidores da Sema.
Operação Jurupari
A Polícia Federal desencadeou nesta sexta-feira uma Operação para prender acusados de envolvimento com crimes ambientais em Mato Grosso e em mais quatro Estados. Estão sendo cumpridos 91 de prisão preventiva e 91 mandados de busca e apreensão em diversos municípios de Mato Grosso. Além de Mato Grosso a operação também é desencadeada em São Paulo, Paraná, Rio Grande Sul e Espírito Santo.
A ação da 'Operação Jurupari' tem o objetivo de reprimir a extração, transporte e comércio ilegal de produtos florestais na Amazônia mato-grossense, principalmente aqueles provenientes do interior e entorno de áreas protegidas federais, como Terras Indígenas e Parques Nacionais.
Prisões
Durante a operação, na manhã desta sexta, a Polícia Federal prendeu Janete Riva, esposa do presidente da Assembleia Legislativa, José Riva. Também foram presos o assessor parlamentar Adilson José Figueiredo e engenheiro florestal Marcelo Mendonça. Dentre os presos, além de madeireiros e proprietários rurais, estão engenheiros florestais e servidores públicos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) que eram responsáveis por produzir e aprovar licenciamentos e Planos de Manejo Florestal fraudulentos, necessários à legalização e comércio de madeiras extraídas no interior dessas áreas públicas.
Crimes
Entre as principais irregularidades constatadas, destacam-se: fraudes na concessão de licenciamentos e autorização de desmatamentos, até mesmo no interior de áreas protegidas, como Terras Indígenas; Disponibilidade de créditos florestais fictícios, e que permitem o desmatamento e retirada ilegal de madeira, de áreas não documentadas, especialmente de terras públicas e áreas protegidas, como terras indígenas, assentamentos do INCRA e unidades de conservação; e transporte, processamento e comercialização destes produtos florestais pelas serrarias e madeireiras, as quais recebem o produto "esquentado" com documentação fraudulenta, abastecendo e incentivando, portando, todo o esquema.
Após interrogatório, os presos serão encaminhados ao Sistema Prisional e responderão pelos crimes de formação de quadrilha; corrupção ativa e passiva; furto; grilagem de terras; falsidade ideológica; inserção de dados falsos em sistema de informática, além de diversos crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais.
O Jurupari aparece nas lendas tupis e também no folclore de tribos indígenas das mais diversas procedências. É uma entidade enviada pelo Sol para reformar a Terra. É Jurupari quem faz cumprir as leis. Segundo a crença, a Jurupari não se pede perdão, não há súplica que o abrande, ele exige estrita obediência às leis.
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