Por: - Maguito Vilela
Ao ensejo das festivas comemorações do Dia da Criança, neste 12 de outubro de 2009, ouso fazer sucinta e singela abordagem sobre estes pequeninos, nossos irmãos em humanidade, que hão de representar amanhã o futuro glorioso da nossa pátria.
Alimento o audacioso e imenso desejo de que minha breve e despretensiosa reflexão em torno deste assunto possa despertar a sociedade organizada e as autoridades constituídas, para o impostergável compromisso, contido na sábia e diligente sentença de Salomão, que determina a todos, “ensinar a criança no caminho em que deve andar...”
Como o futuro da humanidade haverá mesmo de passar por um renascer educativo, não é difícil perceber que o futuro glorioso de nossas crianças há de ser urdido a partir das ações construtivas e dos projetos edificantes do presente.
Assegurará um futuro promissor e venturoso a nação que investir, decididamente, na educação de seus filhos.
O país que implantar, definitivamente, no solo fértil do coração e na sensível mente de sua infância e juventude, a semente preciosa da verdadeira educação - que não se confunde com instrução curricular, mas que incute hábitos bons, que gera caracteres - e se preocupar com a formação de homens e mulheres de bem, sairá na frente na difícil e abençoada tarefa de remir a humanidade.
E assim, nesta mesma linha de raciocínio, há de se entender que são os pais os primeiros mestres e os grandes responsáveis pela educação de seus filhos.
Em nosso país, a numerosa ausência de lares moralmente bem constituídos tem dificultado o cumprimento da nobre e redentora tarefa de remir o futuro da pátria, através de um processo vanguardeiro na educação das nossas crianças.
Educar, na linguagem aqui enfocada, dizem os doutos, é remir, é libertar, é salvar. Educar enfim, numa palavra é “promover o desenvolvimento progressivo e harmonioso de todas as potencialidades do ser imortal,” como diria o grande mestre Pestalozi.
É importante ressaltar que esta notável carência de famílias moralmente bem constituídas e harmoniosas, se não inviabiliza, dificulta, e muito, a plena consolidação do processo educativo.
Esta dificuldade, imposta muitas vezes pela ausência física do pai ou da mãe, pela fome e a desnutrição, pela doença física e pela estrema miséria material, além de outras situações igualmente penosas, são fatores impeditivos à recepção mental dos princípios e normas norteadoras da conduta humana.
O grande desafio que se nos apresenta, como medida quase inatingível, nos dias que correm, ainda é, segundo a preciosa lição pauliana, promover a transformação da humanidade, através da renovação da mente. Portanto, não há falar em mudança de instituições através de normas ou decretos. Muda-se as instituições mudando seus integrantes. Para mudar a trajetória da humanidade é indispensável mudar o homem. Para mudar o mundo é preciso mudar o indivíduo.
Como ser humano, sinto-me agente ativo deste processo. Vinculo-me a ele tão estreitamente, que não posso, não devo e não quero passar de largo, acobertado pelo manto protetor da insensibilidade, sem perceber a gravidade desta problemática desafiadora da inteligência humana.
Como homem público, ex-professor, pai e cidadão comum, que aspira um novo amanhecer para a história do nosso país e da própria humanidade, sou compelido a reconhecer o esforço que têm despendido as autoridades brasileira e mundiais em busca de soluções para um problema que entendo ser de responsabilidade de todos.
A elaboração de leis específicas, sobretudo no Brasil, com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente, objetivando normatizar e disciplinar a conduta da população infanto juvenil na sociedade, sem dúvida, representa formalmente um avanço.
Forçoso é, todavia, reconhecer que este avanço louvável é ainda muito tímido, ante a imensidão do difícil compromisso de, com a prática da verdadeira fraternidade que haverá de unir os povos e as nações, amparar, educar, assistir promovendo e proteger a criança, sobretudo a que se encontra entregue ao abandono e submetida a um penoso processo de desvalimento moral.
A letra fria da lei, por mais bem intencionados que sejam nossos legisladores, é impotente para oferecer adequada solução a um problema humano que depende essencialmente do sentimento. O socorro emergencial está a exigir de todos imediata aplicação da infalível técnica do amor e da solidariedade universal.
A educação, presentificada na linguagem atual da juventude, é o canal. Ela é, típica e essencialmente, um processo que não se aparta da aplicação e da vivência da indefectível lei da fraternidade universal. Por este motivo é que a verdadeira educação começa e termina no lar, seja ele pobre ou rico, porque neste cenário harmoniosamente ou não, convivem almas que reciprocamente têm compromissos diretos, inadiáveis e intransferíveis.
Ao saudar carinhosamente nesta data auspiciosa de 12 de outubro as crianças do meu município, de Goiás, do Brasil e do mundo, pretendo registrar aqui o meu alerta, materializado no imenso desejo de continuar lutando, com pensamento, palavras e ações, em favor da edificação moral e espiritual da humanidade.
Crianças, parabéns pelo seu dia. Sejam plenamente felizes. “Amem com fé e orgulho a terra em que nascestes, não verás país nenhum como este.”
Vale relembrar aqui, estimados leitores, que a solução dos problemas redentores através da educação no Brasil e no mundo, não é de responsabilidade exclusiva das autoridades e dos educadores, mas de todos nós.
Todo cidadão, brasileiro ou não, encontra-se convocado para esta cruzada de amor em favor da criança, sobretudo da criança carente, e ninguém pode pretestar, dizendo não dispor de recursos para contribuir. O simples fato de sorrir para uma criança, dignificando-a com sua atenção, respeitá-la e proteger seus direitos já é de grande valia.
O rumoroso tempo da transição planetária que vivenciamos impõe-nos o inevitável desafio da fraternidade humana. Abramos, pois, nossos braços para recebermos, com carinho, estes peregrinos que chegam pressurosos e desejosos de encontrar a luz do saber e do entendimento, que estão plenamente sintonizados com a sentença crística: “Deixai vir a mim os pequeninos, porque dos tais é o reino do céu”.
Maguito Vilela é prefeito de Aparecida de Goiânia
DM
Selzy Quinta
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