Fachada do prédio onde funciona o Pluriverso Chapadense foi atingida por cinco disparos no domingo. Proprietário fala em represália a publicações
Delegado local diz que tem linha de investigação, mas não revelou qual. Dono de tlabóide viu veículo suspeito
KEITY ROMA - DC
Um jornal independente de Chapada dos Guimarães foi alvo de um atentado armado durante a noite de domingo, no centro da cidade. Cinco tiros disparados contra a fachada do tablóide Pluriverso Chapadense, localizado na rua Cipriano Curvo, a principal via do município, às 21h10, surpreenderam o proprietário do impresso, José Orlando Muraro. Ele mora na casa onde funciona a empresa, próxima à rodoviária.
O crime está sendo investigado pelo delegado da cidade, João Bosco de Barros. “Eu estava no fundo da casa quando ouvi os disparos. Esperei um pouco e chamei alguns amigos para irem até lá, e hoje (ontem) registrei o boletim de ocorrência”, relatou Muraro. Três tiros atingiram a parede do jornal e dois quebraram a porta de vidro. Ninguém se feriu com os disparos.
Muraro disse acreditar que o atentado foi uma forma de intimidá-lo e uma atitude de retaliação contra a linha crítica que segue o jornal em suas publicações semanais. Ele apontou que o fato pode ter ligação com uma distribuição anônima de panfletos na cidade, realizada no dia 27 de julho, criticando a atuação de autoridades do município.
“No domingo, na hora do almoço, antes dos disparos, um Gol branco parou na porta do jornal e um homem ficou olhando por baixo da porta. Quando perguntei o que ele desejava, disse que queria comprar a edição número 35 do Pluriverso Chapadense. Então, foi embora”, contou Muraro. O jornalista afirmou que na edição 35, que circulou no dia primeiro, havia uma análise do panfleto distribuído no dia 27 de julho.
“Na publicação, condenamos a distribuição do panfleto que denegria as imagens do juiz, do promotor e do delegado. Chamamos os autores do fato de covardes porque não se identificaram. Curiosamente, os panfletos haviam sido distribuídos em Chapada por alguém em um Gol branco, como o que depois parou na porta do jornal”, analisou.
Muraro afirmou que os indícios são de que os fatos têm ligação. Contudo, ele não descarta que a tentativa de intimidar possa ter relação com outros acontecimentos noticiados no semanário, distribuído aos sábados. “O jornal é bastante combativo em relação a traficantes de drogas, à inércia da polícia”, frisou.
Ele pontuou que a publicação tem acompanhado o possível envolvimento de mais um policial militar na tentativa de assalto ao Banco do Brasil local e condena políticos de renome que tentam realizar esquemas na prefeitura de Chapada dos Guimarães, fatos que podem ter causado a ira de quem planejou a ação.
A Delegacia de Chapada dos Guimarães iniciou as investigações ontem. “Já temos uma linha de investigação. Agora, vamos apurar quem está por trás dessa ação”, disse o delegado João Bosco.
Selzy Quinta
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