sábado, 11 de julho de 2009

Primeiro bilhão mensal MT fecha junho com recorde histórico ao somar vendas acima de US$ 1 bilhão em um único mês

MARIANNA PERES - Da Editoria-DC

Ao centro, presidente da Fiemt, Jandir Milan, fez balanço do 1° semestre

Pela primeira em sua história, as exportações mato-grossenses contabilizaram em um único mês vendas acima de US$ 1 bilhão. Na contramão do cenário econômico mundial e nacional, o Estado foi ainda, entre os grandes exportadores do Brasil, o único a registrar crescimento entre o realizado na comparação anual. A pauta estadual fechou junho com vendas de US$ 1,02 bilhão, 32,08% acima do volume obtido em junho de 2008, que somou US$ 773,72 milhões. O semestre fecha com saldo de US$ 4,6 bilhões, cifras 20,7% superiores ao primeiro semestre de 2008.
“É importante registrar que esse valor mensal é praticamente igual ao valor exportado durante todo o ano de 2000, o que mostra bem o nosso fantástico desempenho de inserção de nossa economia no mercado internacional, em menos de 10 anos”, aponta o assessor econômico da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vitor Timo Ribeiro. Ainda como observa o economista, com esses números o Mato Grosso mantém a sexta posição do ranking nacional conquistada em maio, porém, depois de desbancar o Pará, se aproximou em junho do 5º colocado, o Rio de Janeiro, que exportou 6,8% do total nacional, enquanto o Estado registrou 6,6%.
De acordo com os dados divulgados ontem pela Fiemt, Mato Grosso responde, atualmente, por 29% do saldo comercial do país, de US$ 14,51 bilhões. Segundo o presidente em exercício do Sistema Fiemt, Jandir Milan, a tendência é continuar em crescimento. “Com as novas plantas industriais, que agregarão valor às carnes, grãos e outros importantes produtos de nossa pauta, conquistaremos maior produtividade e as empresas que aqui se instalam se tornarão mais competitivas”.
Para o presidente em exercício, um dos fatores determinantes para o incremento do parque industrial mato-grossense é a concessão de incentivos fiscais por parte do governo do Estado. “Considero isso um grande diferencial de Mato Grosso, pois não temos logística adequada para o escoamento da produção, fato que já não chama a atenção das empresas para se instalarem aqui. Então, os incentivos servem como ferramenta de fomento aos negócios”, enfatiza Milan. E complementa: “A indústria de Mato Grosso está se impondo na agregação de valor”.
DESTINOS - A Ásia e a União Européia continuam sendo os principais compradores dos produtos estaduais e respondem, respectivamente, por 47% e 36% do total das vendas externas. A China, com 33% isoladamente, lidera o ranking, seguida da Holanda (10%), Espanha (6%) e Reino Unido (4%). “Quando tivermos as BR 163 e 158 viabilizadas, Mato Grosso dará um salto significativo nas vendas externas, aumentando ainda mais sua participação no mercado internacional”, avalia Milan.
COMPRAS – Com a queda das importações, a balança comercial registra um superávit 34,23% acima do registrado no primeiro trimestre de 2008, já que exportou US$ 4,60 bilhões e importou apenas US$ 359,71 milhões.
Os principais fornecedores externos foram, pela ordem, os Estados Unidos, com 20%, a Alemanha com 18%, a Rússia com 15% e a Belarus com 16%, seguidos de diversos outros com menores participações. “A alta do dólar é um dos principais fatores dessa queda”, comenta o técnico em Comércio Exterior da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Paulo Henrique Cruz.
CÂMBIO – Mato Grosso passou a registrar ‘ganhos’ ou invés das ‘perdas cambiais’. Como explica Timo Ribeiro, Os “ganhos cambiais, já acumulam em R$ 1,55 bilhão, o que é bem expressivo, mas agora volta a ficar novamente ameaçado pela cotação média do dólar abaixo de R$ 2, que se persistindo, irá reduzir a compensação pelo câmbio, da queda das cotações internacionais dos produtos de nossa pauta, o que já preocupa o setor exportador de nossa economia”.

Selzy Quinta

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