segunda-feira, 6 de julho de 2009

Barragem do Manso pode gerar outro grande escândalo

por Paulo Zaviasky

Dos leitores:

Sobre a matéria que publico logo abaixo, escolho uma das extraordinárias cartas dos leitores, por representar a grande média dos leitores que se manifestaram com suas dúvidas, interrogações e espanto pelo que acontece em Manso aos olhos do mundo. Correspondência, como todas, no intuito de ajudar a resolver ou amenizar uma situação. Com dados técnicos, demonstra conhecimento de causa e torcida a favor. A seguir, o e-mail do engenheiro RL que roga para não ter o nome divulgado por não ser candidato político a nada:

“Caro tchapa e crushhi”,

Manso (a usina, não a obra que é de múltipla finalidade ), caríssimo “tchapa e cruz”, foi concebida para gerar energia de ponta e socorrer o sistema quando ocorrem faltas na transmissão.

Ponta, é aquela potência que é consumida no período crítico da demanda (6h - 18h). Demanda que dimensiona o tamanho da geração do sistema.

Sem os kws de Manso, a partir das 7horas da noite, escuridão total aqui na terra do Verdão. Note que praticamente não falta mais luz em Mato Grosso. Isso se dá graças a Manso que supre as faltas das linhas em caso de desligamento(raios).

Por isso, seu fator de carga dimensionado em 0,3.(Usina de Socorro), serve também a usina para estabilizar, com a energia reativa gerada ( MVAR ), todo o sistema de transmissão do Estado – Mvar, estes que permitem a estabilidade da voltagem do sistema e a transmissão  de mais energia elétrica do sul maravilha para cá.

Sul, aliás, cujos mestres trancaram a Térmica de Cuiabá por puro interesse econômico, assunto que merece o mais profundo silêncio da nossa mídia.

Não posso afirmar que suas colocações  são incorretas, imagina. Sei que o preclaro amigo é muitíssimo bem informado e deve ter se embasado em fontes seguras para escrever o texto. No entanto, posso dizer: se isso está a ocorrer é desvio de função da obra (aliás, desvios ali, não faltam).

Grave! Gravíssimo!

Bom dia, platéia de estádio de pau à pique”. (RL)

E, este outro e-mail:

"Apreciei o seu estudo sobre o Manso. Notável estudo socio-politico-turistico- economico.
Apenas sou contrario à criação de novas barragens de sérias conseqüências sobre a fauna ictiológica. Que fazer ante a necessidade de energia eletrica? A tese de um filho do  Dr. B. Pedro Dorileo é sobre  fontes alternativas de energia.
Enquanto isso aproveitemos o barco dos amigos e passeemos no lago. Abraços, L"

divulgação

As turbinas de Manso e os 210 MW em conjunto com a outra Usina da Fantasia Casca-300

Graves preocupações assolam o solo cuiabano. Desta vez, envolvendo a barragem do Rio Manso que sofre casuísmos desde a elaboração do projeto e que se transformou, hoje, num enorme “Piscinão de Ramos”, dada a sua popularidade e encantamento aflorados pelas emissoras de TVs, colunismo social e a flora e a fauna dos “novos ricos” e seus delírios embalados nas noites de fantasias do “ninguém é de ninguém”.

Enxotaram centenas de famílias, moradores legais desde que Cuiabá foi inventada pelos espanhóis. Depois do Tratado de Tordesilhas, pelos ingleses que tocaram fogo no rabo dos índios e, finalmente pelos paulistas que foram apelidados de “bandeirantes”, hoje sinônimos de “pioneiros”, cujos degredos e punições os empurraram para o fundo do mato, fundando cidades e escondendo as peraltices do passado que originaram tais “missões” neste oeste brasileiro.

divulgação

Tem até imitação das Ilhas da revista Caras - PAR - TI - CU - LAR, gente. E depois, lambusam que não se deve falar, mas, sim, engolir.

Com isso, os “historiadores” sempre possuem opções de escolha sobre datas e gente para figurarem nos quadros de honra dessas fundações de cidades, através de “pesquisas” nos hieróglifos do analfabetismo absoluto daquela época de pinga sem limão.

Expulsaram pais, mães, filhos e Espíritos Santos de suas choças, sítios, chácaras e tapumes para encherem tudo de água sob a égide da geração de energia nuclear de luz e força para nossa gente e para nossos valores.

Quatro engenheiros da NASA estiveram em Cuiabá e puxaram um “fio de luz” desde a usina de Manso até o laboratório nuclear que fica nos fundos da “lagoa do governador”, ou “lagoa da Assembléia Legislativa” ou, ainda, “lago do CPA”, o maior esgoto político e administrativo que está servindo apenas para o prefeito molhar, adubando as plantas dos canteiros e jardins daqui.

divulgação

Iates, barcos, hotéis flutuantes, cada invenção bonita, menos geração de energia. Sim, gastos...

E para a venda de caminhões-pipa de água contaminada para as caixas d’água de madames burras e piscinas das casas idem.

E tentaram acender a lâmpada. Uma luz fraquinha se fez ouvir... Foi definhando, definhando e se apagou para sempre. Ou seja, o famoso trator Manso não serve nem para acender uma lamparina a querosene.

É claro que a nossa torcida é para que Manso funcione realmente. Sou favorável que haja uma barragem a cada dez quilômetros e que gerem milhões de quilowatts neste país rico em tudo, menos em racionalidade humana.

divulgação

Um pouco mais ou um pouco menos d'água estraga essa visão de descanso particular lá no "nosso" Manso energético.

Tanto sacrifício para nada!

Para nada?

Iates, novos ricos serelepes, barcos e barcões, mansões, madames alegres, vendedores de churrasquinhos, pipocas, lona de circo, malabaristas, fumaça muita fumaça, pescarias, fotógrafos lambe-lambes, poses ao Sol e nas lanchas modernas, biquínis topless – sem o sutiã, muitos sem apenas a parte de baixo do biquíni, paraquedistas, aeronaves aquáticas, festas, arrojo imobiliário...

Tudo com energia elétrica “puxada” ali do bairro do Mundéu. Nada de “energia” do Manso. Para essas gandaias estenderam 87 quilômetros de fio duplo até lá... Manso não gera meio watt... Deveria gerar. Antes dos escândalos dos desmentidos, cito o motivo deste desabafo: determinados donos do mundo das imobiliárias do Manso combinam com certas autoridades daqui tudo sobre o fechamento e abertura das comportas do Manso.

divulgação

Um pouquinho menos no nível dessas águas imobiliárias, estraga o panorama/visão... Mais, molha os pés de madames.

Fizeram milhares de cais. Centenas de praias particulares, portos, estacionamentos de aeronaves e de ultraleves e os escambaus. Quando as águas do Manso descem um pouquinho, desmontam a estrutura comercial da visão de marketing desses ambientes.

Ou, ao contrário, quando as águas sobem, é outro desastre. Não combinam com o short do manequim doutor político, executivo ou excelências legalizatórias e as fotos para o colunismo social mundano.

E os funcionários do Manso só têm uma missão: abrir e fechar as comportas, conforme as chuvas e imposição dos “Doutores do Manso”, sempre acatando decisões de madames importantes que detestam enchentes e abominam a seca.

Por isso, descobre-se agora, o nível do Manso sempre está certinho no risquinho da tábua onde está pendurado aquele enorme tronco de árvore secular escrito à fogo de maçarico: “Mansão Do Seja Lá O Que Deus Quiser, Pois Maridos Não São Propriedades Das Mulheres”.

divulgação

Afinal tudo isso ´esse gasto enorme - era para gerar energia de aproximadamente 200 MW, hoje, isso aí...

Eu sonhava com o Manso e mais umas 87 barragens em nossos rios maravilhosos para a geração de energia elétrica. Não para isso, apenas enfeite de cartões postais dessas festas pagãs que, aliás, não sou contra, mas em outro local.

Technorati Marcas:

Nenhum comentário: