Por: José Arimatéia
Várias são as opiniões em relação à decisão do S.T.F, de que para exercer profissão de jornalista não há necessidade do título de habilitação, no caso, o diploma.
Eu, particularmente, sinto-me no olho do furacão! Não que ache a decisão da Corte Maior de Justiça, justa ou não. São muitas as nuances a serem discutidas e analisadas. Não sou jornalista. Por ter colaborado com alguns jornais, principalmente do interior do Estado, algumas pessoas imaginam que sou. A elas respondo logo: “não sou, pelo contrário, sou analfabeto de pai, mãe, parteira e vizinho”, apenas gosto de emitir opiniões nos espaços que a mídia me concede. Nunca me apresentei como jornalista.
Dentro deste prisma, recordo de uma conversa que tive com um advogado na porta de um hotel em que estávamos hospedados aqui em Cuiabá.
Ao referir-se sobre vários assuntos, entendia ele que as minhas respostas e considerações eram pertinentes e consistentes. O que fez questionar-me: “que curso superior o senhor tem e qual faculdade?”
Resposta, não possuo nenhum curso universitário, e, a única faculdade que eu tenho é a da vida. Retrucou ele, a faculdade da vida é muito boa, mas, possui um grande defeito, ela não concede diploma.
Relato o fato como ilustração do que agora vou comentar. Acredito que a forma como foi a decisão do S.T.F, faltou respeito a todos que freqüentaram por longos anos os bancos escolares, para realizarem o sonho de receberem o diploma de formação em Comunicação Social. Tempo este, concordo, importante na conquista do conhecimento, do saber e da técnica profissional.
Não posso concordar com a empáfia de alguns, afirmando que a faculdade forma caráter, ética, índole. Isto não é verdade. Pode até ajudar. Caráter correto, boa índole, ética, moral, respeito, responsabilidade, não se aprende em escola, mas sim, são virtudes pessoais, que você aprimora, ou as ignora, tendo ou não formação superior.
Notícias e matérias jornalísticas irresponsáveis, sem comprometimento social e com a verdade, não é ferramenta só dos não diplomados. Na maioria das vezes, são tolos que concluíram o curso de Comunicação, que usam dos conhecimentos adquiridos, para através da mídia exporem e satisfazerem seus instintos maléficos.
Questiona-se muito o português correto. O que entendo ser uma preocupação relevante. Reconheço que ao emitir os meus escritos, as minhas opiniões, apanho da gramática. É neste momento que sinto falta do diploma. Quando leio alguém que critica esses erros, absorvo logo a minha parte.
Não é por que vejo todos os dias erros crassos de português, em matérias formuladas por jornalistas diplomados, que vou desconsiderar a grande importância do curso superior. Alguns são erros de impressão ou digitação, o que também pode ser relevado, sem a necessidade de fazer um drama sobre o assunto.
Finalizando, deixo, sem querer polemizar com ninguém, até pelo respeito que tenho pelos profissionais da imprensa de Mato Grosso, com diploma ou não, pelo tratamento correto, responsável e competente que recebi quando exercia o mandato de deputado estadual, a seguinte questão: “a competência do profissional tem que ser necessariamente avalizada pelo diploma, ou compete ao empregador outras formas de avaliação?”
Convenhamos, existem muitos diplomados iguais a mim, analfabetos. Mesmo assim, entenda, o diploma é um símbolo. O saber, o conhecimento, a técnica profissional que você adquiriu é sua, decisão de S.T.F e outros subterfúgios nunca roubarão isso de você. Não é consolo não, é a verdade.José Arimatéia é Ex-dep. estadual.
Selzy Quinta
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