João Batista Machado Barbosa, promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente do MP/RN
Parabéns pra você, para nós e para todo o planeta Terra! Anualmente, no dia 5 de junho, comemoramos simbolicamente o dia mundial do meio ambiente, data que iniciou, em 1972, a Conferência de Estocolmo, na Suécia, sobre desenvolvimento e meio ambiente, o primeiro grande encontro, a nível mundial, realizado sobre o assunto. Portanto, comemoramos seu 37º aniversário.
É uma data simbólica porque, na verdade, a vida na terra surgiu há aproximadamente 3,8 bilhões de anos e já foi extinta, em massa, 15 vezes, de lá pra cá, sendo que a última há 2,5 milhões de anos. Talvez essa realmente seja a idade da vida e, nesse aspecto, considerar a idade do meio ambiente que, por ser uma data perdida no tempo, optou-se pelo dia 5 de junho.
Menos mal, haja vista ser uma data bastante significativa, uma vez que representa um ponto de mutação na relação entre a nave e seus tripulantes. A partir dessa data, vários outros encontros internacionais, como a ECO 92 e a Conferência de Kyoto, chamaram a atenção mundial sobre a preservação do planeta. Melhor mesmo, porém, seria considerar o dia do meio ambiente como todo os dias, o dia todo, e torcer para que essa data dure, pelo menos, mais 2,5 milhões anos.
Para isso, precisamos modificar o atual paradigma consistente em buscar o aumento da produção para aumentar o consumo e acumular mais riqueza. Deveremos desenvolver uma política do cuidado e de cooperação para com o planeta e com nossos semelhantes, pois, como argumenta Leonardo Boff, foram esses fatores que nos permitiram evoluir da animalidade à humanidade. De fato, nos primórdios da evolução, nossos ancestrais saíam em busca de alimentos e os repartiam solidariamente com os menos capacitados, bem como se uniam para a defesa contra inimigos externos e fenômenos naturais. Além disso, em vez de abandonar os mais fracos à seleção natural, em que somente os mais fortes sobrevivem, criamos o cuidado e a compaixão, evoluindo ao longo de milhões de anos, até os dias atuais.
Portanto, mesmo separados por fronteiras geográficas e culturais de outros irmãos neste planeta, estamos todos, na verdade, amarrados na mesma teia da vida, em uma corda de nós em nós mesmos. É preciso caminhar juntos para acharmos um "modo de vida sustentável", segundo o que preconiza a Carta da Terra, aprovada pela UNESCO, em 2003, para se criar uma responsabilidade comum em relação ao destino da Terra e da humanidade.
Como passar então do discurso à prática? Creio em duas soluções pontuais, mas de efeitos gerais. Primeiro, faça a sua parte, pois se você não puder ser uma grande contribuição positiva, será uma contribuição negativa a menos. E, segundo, participe na sua cidade, na sua escola, junto a sua família ou no seu trabalho de comissões e conselhos sobre a preservação do meio ambiente. Sua participação, mesmo modesta, pode fazer a diferença.
Enfim, não deixe que o nó da esperança e a corda da vida arrebentem logo no ponto mais forte: em você.
Selzy Quinta
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