domingo, 31 de maio de 2009

Opinião pessoal: Oposição também governa

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Por por Helvécio Cardoso

O convite do governador Alcides Rodrigues Filho ao PMDB para uma conversa em palácio é um fato histórico, pelo ineditismo e pela significação do gesto. Claro que, antes dele, nos anos 50, José Ludovico buscou um entendimento com a oposição da época ( UDN e PSP), mas o diálogo aconteceu apenas com os líderes Alfredo Nasser e Chico de Britto.
Agora é diferente. O governador chama toda a bancada oposicionista. Apenas o deputado Thiago Peixoto, que ainda não foi diplomado pelo Jardim da Infância, negou-se a comparecer. O encontro estabeleceu um novo paradígma na política de Goiás, inaugurou uma nova prática - essencialmente democrática - de se fazer política. aos poucos, o
Estado vai ingressando na modernidade.
A tradição política de Goiás sancionou uma lei não escrita do jogo partidário: governo manda, opoisção esperneia. A maioria oprime e a minoria geme. Não existe conversa com oposição. Governo só conversa com deputados de sua "base". aliás, nem conversa, porque, por esta forma de fazer política, deputado governista apoia incondicionalmente o governo, rfebendo em troca benesses. Para os governista tudo; para a opoisão, a lei. Na eventualidade de um partido ter feito maioria parlamentar e ter perdido o governo, o novo governamente restabelece a "governabildiade" aliciando oposicionistas sem convicções políticas e sem fidelidade partidária, burlando, assim, o resultado das urnas.
O adesismo tornou-se, com o tempo, uma das mais vergonhosas práticas políticas deste país, e de Goiás, em particular. Muitos adesistas ficaram de tal forma estigmatizados que tiveram suas carreiras encerradas precocemente. Fiquemos nos últimos anos. Ary Valadão desfalcou o MDB angariando a adesão até de um ex-presidente da sigla, João Felipe. Assumindo o poder em l983, com o país voltando à normalidade democrática, Íris Rezende buscou adesistas e passoua controlar mais de dois terços da Assembléia Legislativa. Marconi Perillo, não fez diferente. Já no início de seu governo a "base aliada" já se tornara maioria por conta das adesões. Políticos que sempre juraram fidelidade a Íris Rezende, e que foram eleitos sob sua bandeira, passaram-se lépidos e fagueiros para o lado marconista. Não satisfeito em aliciar oposicionistas, Marconi recrutou militantes de partidos aliados. O início da briga dele com Ronaldo Caiado foi o aliciamento de prefeitos pefelistas. O atual presidente do PSDB goiano, deputado federal Leonardo Vilela, era um quadro pepista que Marconi tirou do PP para ser seu sucessor.
Ao levar o PMDB ao Palácio das Esmeraldas, alcides em momento algum pediu aos peemedebistas que aderissem. Em momento algum pediu ao PMDB para deixar de ser oposição, para renunciar às sias convicções e aos seus compromissos públicos. O que Alcides quer é estabelecer com a oposição um diálogo político, aberto, público, transparente, sem barganhas fisiológicas.
Governo dialogando com a oposição? Estranho, isso, não? Sim, muito estranho para uma sociedade ainda provinciana relutante em abandonar velhos e deploráveis costumes políticos. Em todo e qualquer país civilizado, a coisa mais corriqueira é o governo ouvir a oposição antes de tomar decisões importantes. É coisa comuníssima debater com a oposição e, a partir daí, formartar reformas e avanços. Não há desdouo para o governo acalher sugestões e críticas da oposição, como também não há desdouro para os oposicionistas negociarem com o governo, fazer concessões aqui para obter avanços ali.
A recente aprovação da PEC que resolveu a questão dos repasses para a UEG foi o resultado de uma experiência neste sentido. A oposição topava aprovar a proposta patrocinada pelo governo desde que incorporasse as sugestões oposicionistas. Cedeu o governo, cedeu a oposição - ganhou a sociedade.
Há um bom tempo os deputados do PMDB vêm apoiando várias iniciativas de Alcides Rodrigu7es. Os preconceituosos e os atrasados caçoam. Falam que não existe mais oposição. Mas os peemedebistas estão fazendo a coisa certa. Não se admite mais, nos dias de hoje, uma prática oposicionista inssurrecional, predatória, lacerdista e caprichosa, ainda mais quando quem está na chefia do governo é uma pessoa disposta a ouvir,a dialogar, a transigir, procurando fazer o melhor e a acertar.
O Médico Alcides rodrigues Filho foi ainda mais longe. Convidou para conversar o presidente do PMDB, o médico Adib Elias. Adib é um dos mentores da resistência a qualquer forma de aproximação. Adib, é claro, está com medo de falr com Alcides. Tem medo do que possam falar dele. Tem medo de arruinar a sua reputação de político destemido, homem valente e peemedebista combativo. Por causa desses receios, pode perder a chance de se elevar acima da mediocridade reinante. Talvez ele não sabia que Alfredo Nasser, o maior oposicionsita que Goiás já tecve, e que é até hoje o molelo do oposicionista perfeito, não teve receio de ir ao Palácio das Esmeraldas falar com o governador.
Num época em que o discurso parlamentar, proferido do alto da tribuna, perdeu relevância, o gesto dos peemedebistas de atender ao convite do governador exigiu muito mais coragem do que meramente subir em palanques para deitar falação contra o governo. Adib, portanto, não precisa temer por sua reputação de oposicionista aguerrido e desassombrado. Aceitando o convite do governador, acrescerá à sua fama de valente o conceito de "sábio".
Agora, não indo, Adib apenas vai perdendo substância, ficando cada vez mais isolado dentro de um PMDB que pens em termos estratégicos e não quer perder tempo com picuínhas. Os deputados do PMDB, seu líder maior, o prefeito Íris Rezende Machado, figuras de expressão dentro do partido, como Maguito Vilella e Eurico Barbosa, querem o diálogo nos termos propostos por Alcides. O que estaria faltando a Adib para acertar o passo com a tropa?

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