domingo, 15 de setembro de 2019

Parentes de conselheira do TCE faturam contratos com prefeituras

A conselheira interina do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Jaqueline Jacobsen, é alvo de denúncia investigada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Mato Grosso, por suposto tráfico de influência para beneficiar sua irmã, Camila Salete Jacobsen e sua filha, Eveline Guerra da Silva. De acordo com a denúncia protocolada no último dia 4 de setembro, as irregularidades e supostos crimes ocorreria através da empresa Jacobsen Assessoria e Consultoria Ltda, que já teria firmado contratos com prefeituras, órgãos públicos que somam mais de R$ 500 mil.

A denúncia diz que a empresa foi criada por Camila Jacbsen em julho de 2017. Porém, após sua irmã ter assumido a cadeira conselheira interina em setembro de 2017, em razão do afastamento dos 5 conselheiros do TCE, a empresa ‘expande seus negócios de forma estratoférica conseguindo contratos através de dispensa de licitação, cartas convites, registros de preços, tudo através de influência de sua irmã conselheira’, diz trecho de denúncia protocolada no Gaeco.

A denúncia ainda aponta que, após setembro de 2017, a filha da conselheira, Eveline Guerra da Silva, entra na sociedade com a tia e a empresa passa a se chamar Jacobsen & Prates Soares Ltda ME. Entre os serviços prestados pela Jacobsen está a “defesa sobre contas de gestão com alegações finais” e “realização de sustentação oral no TCE/MT”.

Entre os municípios que a empresa adquiriu contrato estão São Félix do Araguaia, Vila Rica, Água Boa e Ribeirão Cascalheiras. A empresa também tem contrato com as Câmaras de Vereadores de Canarana e Barra do Bugres. Na prefeitura de São Félix do Araguaia, a empresa fechou um contrato de R$ 72 mil no ano passado. Neste ano o contrato é de R$ 66 mil. 

A conselheira Jaqueline Jacobsen foi a relatora da prestação de contas do município em 2017. Já na prefeitura Confresa o contrato chega a R$ 160 mil, e a consultoria será até 2020. 


Outro lado 

Por meio de nota, a conselheira interina Jaqueline Jacobsen disse que sempre declinou competência e se declara suspeita de relatos de processos que constavam contratos envolvendo seus parentes.

“Além disso, a equipe do gabinete da conselheira Jaqueline faz um trabalho minucioso de acompanhar os processos que estão em pauta no Tribunal Pleno ou na Câmara, em que a citada empresa presta assessoria aos jurisdicionados, a fim de que a conselheira possa se abster de votar”, diz trecho da nota.

Já em relação as contas do município de São Félix do Araguaia, “a conselheira relatou e julgou as contas do exercício de 2017 antes da contratação da empresa Jacobsen e Prates. Em relação ao exercício de 2018, a conselheira declinou de sua competência”. Já a advogada Camila Jacobsen, dona da empresa, disse que estava ocupada no momento e que não falaria sobre o assunto.

Da Gazeta Digital

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