sábado, 1 de dezembro de 2012

Bezerra apela para Dilma interceder na Suiá-Missú

Em pronunciamento hoje (28) na Câmara, o deputado Carlos Bezerra (PMDB) alertou quanto a iminência de um conflito na região do Araguaia, onde centenas de famílias podem ser retiradas da área de Suiá-Missú.

“Podemos estar vivendo a contagem regressiva para uma tragédia anunciada no Estado de Mato Grosso. Um grave conflito social que se arrasta há anos, e que pode, sem nenhum exagero, manchar de sangue a terra mato-grossense nos próximos dias”, disse Bezerra.

Num apelo direto à presidente Dilma Rousseff, disse Bezerra: “A senhora, presidente Dilma, que já demonstrou que não é do estilo de dirigente que “deixa pra depois”, que faz agora o que precisa ser feito, tome providências, por todas aquelas famílias de índios e não índios, acabe com esse clima de tensão e evite um provável derramamento de sangue”.A desintrusão da área está marcada para acontecer no dia 6 de dezembro. “Nós, da bancada do Estado, entendemos que esta não é a melhor solução”.

Bezerra disse ser favorável à permanência, porque a simples retirada dessas famílias, não vai resolver nada. Ao contrário, segundo ele, na expectativa de solucionar um problema, a Justiça Federal estará criando outro de proporções ainda bem maiores. “É a essência do provérbio ‘cobrir um santo e descobrir o outro”.

São cerca de sete mil posseiros que habitam há mais de 30 anos na Gleba Suiá-Missú. A área está localizada na reserva de Marãiwatséde (a aproximadamente mil Km de Cuiabá, entre os municípios de Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia).

Cerca de 800 índios vivem no local. Já existe toda uma infraestrutura no local, com escolas e comércios. Uma das propostas dos posseiros, defendida também pelo Governo do Estado, é transferir os indígenas para o Parque Estadual do Araguaia, de 223 mil hectares (58 mil hectares a mais do que Suiá-Missú), situado no município de Novo Santo Antônio. Mas é preciso que o Governo brasileiro autorize a permuta das áreas.

O deputado lembrou que, na semana passada, comissões das bancadas federal e estadual, na companhia do governador do Estado e procuradores da Advocacia Geral da União estiveram no local.

O entendimento, registrado em documento ao Supremo Tribunal Federal, é o de que as duas partes têm que ser contempladas, e a saída é a regulamentação da outra área proposta pelo governo do Estado, mas que, para isso, precisa da reconsideração da retirada das famílias.

Segundo Bezerra, os caciques discursaram concordando com a proposta de uma nova área oferecida pelo governo do Estado, mas acontece que a Funai é contrária à permuta.

“Ora, por que não buscarmos um consenso? Existe a possibilidade iminente de um conflito. Um conflito que pode ser evitado. Não podemos deixar acontecer um derramamento de sangue. Temos o dever de preservar a vida das pessoas. São idosos, jovens e crianças que clamam pela presença pacífica do governo brasileiro”.

Da Assessoria

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