sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Deputados leva esperança a população do Posto da Mata

Deputados garante que vão reforçar pressão na Presidência para os moradores do Posto da Mata

Na reunião liderada por deputados federais com moradores do Posto da Mata  eles garante que vão forçar pressão na Presidência

A área foi considerada reserva indígena Marãiwatsede, dos xavantes; brancos prometem resistir

A visita de uma comitiva composta por parlamentares e um representante da Advocacia Geral da União (AGU) ao distrito Posto da Mata, em Alto Boa Vista (distante 1.064 km de Cuiabá), deu novo ânimo à população que tem data marcada para desocupar a área.
A localidade está dentro dos 165 mil hectares demarcados como a terra indígena de Maraiwatséde, de propriedade dos xavantes. Por determinação da Justiça Federal, a retirada dos não-índios deve ter início no próximo dia 6.
Conforme Wanderley Perim (PR), prefeito de Alto Boa Vista, pelo menos mil pessoas acompanharam a audiência promovida pelo grupo visitante: 10 deputados federais – oriundos de seis diferentes Estados – e sete deputados estaduais.
“Eles (parlamentares) ouviram relatos de algumas pessoas, entre elas índios que são contrários à demarcação da terra, e se mostraram impressionados. Agora devem mostrar à Justiça uma parte da história que ela não conhece”, diz o republicano.
Segundo o deputado federal Wellington Fagundes (PR), líder da bancada do Centro Oeste no Congresso, o objetivo é elaborar um relatório com argumentos contra a ordem de desocupação, que será entregue ao Ministério da Justiça e à Presidência da República.
A expectativa é pela anulação do decreto que estabelece a reserva indígena, extinguindo, desta forma, o processo que tramita no Judiciário. “A reserva foi criada pela Funai e quem manda nela é a Presidência. Além disso, o Brasil é um país federativo, então o Estado de Mato Grosso tem que ser ouvido”.
Além do relatório, o deputado afirma que audiências públicas, com a presença de representantes de entidades ligadas aos Direitos Humanos, devem ser promovidas.
Paralelo a isto, ele acredita numa certa resistência da população em sair da região. “A Força Nacional está fazendo papel de reconhecimento do terreno. Eles não vão tirar todo mundo de lá do dia para a noite”, avalia.
Cidade mais próxima ao distrito, Alto Boa Vista não tem condições de receber os moradores, conforme o prefeito. Entre as carências estão escolas e infraestrutura, como água para abastecer as famílias.
A falta de local para abrigar todos os moradores do distrito é uma das principais reclamações dos que são contrários à desintrusão. O Incra anunciou a existência de quatro assentamentos para acolher as cerca de 400 famílias que têm perfil. Um dos assentamentos sequer existe ainda: está em fase de projeto.
O Ministério Público Federal em Barra do Garças já requereu à autarquia que apresente o cadastro de todas pessoas aptas a receberem terras; agende vistoria para confirmar a quantidade de vagas; e apresente o cronograma de criação do quarto assentamento.

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