sábado, 11 de agosto de 2012

Marãiwatsede é a mais populosa

por Laura Nabuco

Dos 30 territórios indígenas identificados em Mato Grosso, a reserva Marãiwatsede, em Alto Boa Vista (1.064 km de Cuiabá), é a mais populosa. Com 165 mil hectares, ela abriga 2.427 pessoas, das quais apenas 31%, (767) se declararam índios. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme o levantamento, 1,1 mil pessoas entrevistadas não se declararam, mas se consideram indígenas. Apenas 407 negaram serem índios. A área, declarada propriedade Xavante, vive a iminência da desintrusão. Conforme determinação da Justiça Federal, todos os não-índios têm que sair dos limites da reserva até o final do mês.
Apesar da baixa porcentagem de índios, Marãiwatsede não é o caso mais crítico do Estado. O território Figueiras apresentou a menor população indígena, apenas 3%. Na reserva, a maior parte das pessoas (641 das 754) também considerou traços de alguma etnia, embora não tenha se declarado pertencente a nenhuma.
Em segundo lugar no ranking aparece a reserva de Jarudore, onde 5% dos 540 moradores se identificaram como índio. No território, posseiros e membros da etnia Bororo também vivem em conflito, tanto judicial quanto físico.
Conforme o IBGE, as 30 reservas de Mato Grosso concentram 71,6% da população indígena, sendo que 19 delas estão livres da presença do “homem branco”. Além disto, em todo o Estado apenas 17,7% dos índios vivem fora das reservas. Porcentagem bem inferior aos 42% em todo o país.
O coordenador regional do Conselho Missionário Indigenista, Gilberto Vieira, vê avanços em prol das etnias, mas teme retrocessos nas conquistas. “Há uma portaria da AGU (Advocacia Geral da União) que abre esses territórios para qualquer projeto do governo. Ela fere de morte e põe em risco os resultados atingidos até hoje a custo de muita luta”, avalia.

Fonte: Diário de Cuiabá

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