Após aprovação do Consuni, curso poderá ser desvinculado da Facomb
Por Déborah Gouthier
O Conselho Diretor da Facomb (Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia) aprovou nesta quarta-feira, 23, a criação da Faculdade de Jornalismo da UFG (Universidade Federal de Goiás). A decisão é a segunda etapa de um processo que poderá desvincular o curso de jornalismo dos outros que integram a faculdade – publicidade e propaganda, relações públicas e biblioteconomia.
O colegiado do curso já aprovou a proposta e a próxima fase vai depender da decisão do Consuni (Conselho Universitário da UFG). Caso tudo corra como o previsto, os alunos terão sua formação como bacharéis em jornalismo, e não mais em comunicação com habilitação em jornalismo, como ocorreu até agora. O curso passa a ser autônomo, assim como as faculdades de engenharia, medicina, direito e vários outros da universidade.
De acordo com Juarez Ferraz, coordenador do curso, a proposta dará “luz própria” ao jornalismo da UFG. Ele explica que ainda em 2009 o MEC (Ministério da Educação) definiu que o jornalismo é um curso, e não apenas uma habilitação. Desde então, a discussão sobre a possibilidade de criar uma faculdade própria foi impulsionada entre os professores. “Tendo a faculdade passamos a ter orçamento próprio, a ser uma unidade da UFG, com assento no Conselho Universitário, capacidade de acordo com outras unidades e instituições, e, finalmente, como faculdade vamos poder discutir toda uma possibilidade de avanços tecnológicos que não podemos fazer porque ainda dependemos dos outros cursos da Facomb”, declara, resumindo todo o processo como um “salto de qualidade” para o curso.
O jornalismo na UFG existe há 46 anos e participou da criação da Facomb, mas não há previsões exatas de quanto tempo pode levar para se tornar uma faculdade autônoma. A expectativa é de que o Consuni decida ainda em junho, mas todo o processo burocrático deverá gastar mais tempo até que tudo seja aplicado na prática. O professor Edson Spenthof alerta que será preciso repensar o projeto pedagógico e uma nova configuração da matriz curricular, além de questões administrativas, equipamentos e o próprio espaço físico da faculdade.
Ele acredita que o principal benefício da mudança será o rigor teórico do ensino do curso, já que o ensino da comunicação social perdia a especificidade do jornalismo. “Se a faculdade for criada, não teremos mais a possibilidade de fuga na pesquisa. Haverá mais rigor no ensino, sem abrir mão da interdisciplinaridade, porque a formação do jornalista é necessariamente interdisciplinar, mas partindo do ponto de vista do jornalismo, não da comunicação”, afirma.
Fonte: Jornal Opção
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