por Sônia Kaingang / http://www.inbrapi.org.br
Projeto Caravana da Juventude Indígena 2012 na Aldeia Santa Isabel do Morro, Ilha do Bananal.
A declaração se refere à problemática recente enfrentada por jovens da comunidade, que fica a 4 km de São Félix do Araguaia no Mato Grosso, divisa com o Tocantins, aonde os jovens vêm superando obstáculos encontrando forças em suas raízes culturais.
Composta por 16 pessoas, em grande parte, universitários indígenas, a caravana teve como objetivo levar os jovens a refletir sobre temas ligados ao bem estar na aldeia e sociedade e adotou como procedimento, o compromisso de organizar a programação conforme a cultura e vida na aldeia, contando com o apoio de lideranças locais, professores da Escola Estadual Indígena Maluá e em especial, de jovens da comunidade.
Entre os parceiros, estão a Universidade Federal do Tocantins (UFT), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos (Sejudh), as Secretarias Estaduais da Educação e da Juventude e dos Esportes e Prefeitura Municipal de São Félix do Araguaia.
Em grupos, os jovens indígenas escolheram suas representações através das cores amarelo, azul, branco e verde, nomeando os grupos com aspectos da cultura Karajá como “Hãloé”, que significa onça, “Awire”, cumprimento de boas vindas em língua karajá, “Tainahaky”, o mesmo que estrela e “Paz”...
Para vencer os desafios, os jovens demonstraram beleza e criatividade na pintura realizada nas bandeiras dos grupos, ousadia e humor na encenação do teatro em língua karajá, habilidade na produção de um documentário sobre a aldeia e boa forma no torneio de futebol masculino e vôlei feminino.
Como discussão, os jovens escolheram temas como a saúde, onde trouxeram preocupações relativas à vida, também sobre cultura, mostrando a importância da força cultural na resolução de problemas, uma mensagem sobre educação mostrando a discriminação e preconceito nas escolas em relação ao indígena e o documentário em língua karajá sobre o meio ambiente.
O jovem indígena e professor de Biologia e Ciência na aldeia, Leriwá Maluá, acredita que o diferencial da caravana é o fato de ser organizada por indígenas. “É importante para nós perceber como os jovens indígenas, sejam daqui ou de outros povos, buscam caminhos diferentes e devido a essa interação, buscar forças em nossa cultura”, explica ele.
Em resposta, ao final da caravana, os jovens declararam que não havia perdedores, apenas ganhadores e comemoraram a vitória do grupo azul, que por coincidência ou não, foi nomeado de estrela, “Tainahaky”, um símbolo de renovação e esperança.
Etapas do Projeto
Em 2012, o projeto da Caravana da Juventude Indígena deve visitar um total de sete aldeias indígenas dos povos Apinajé, Krahô, Karajá, Karajá-Xambioá, Xerente, Krahô-Kanela e Javaé, construindo uma rede de integração entre os universitários indígenas e os jovens das aldeias.
Fotos:www.inbrapi.org.br
Indígenas integrantes do grupo Azul "Tainahaky" em atividade da gincana.
Vice-Cacique Wenoná Karajá, representantes Sejudh, Cimi, Uneit e professor Obedu Karajá.
Crianças indígenas durante brincadeiras.
Esporte Recreativo, torneio de futebol masculino.
Agua Boa News
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