sábado, 3 de dezembro de 2011

Riva não vê viabilidade econômica para dividir o Estado

Distribuição do bolo tributário não compensaria, diz deputado, durante evento, em Porto Alegre do Norte

Em Porto Alegre, Riva aponta para a inviabilidade de uma divisão de MT, neste momento

  • DA REDAÇÃO

    O presidente da Assembléia Legislativa, José Riva (PSD), afirmou que o Governo Federal não tem vontade política e tampouco há viabilidade econômica para se promover uma nova divisão de Mato Grosso. A observação foi feita neste sábado (3), durante o 1º Fórum Dividir para Crescer, na cidade de Porto Alegre do Norte (1.125 km a Nordeste de Cuiabá). A proposta do encontro é criar os Estados do Araguaia e do Mato Grosso do Norte.
    “Fiz um estudo e, economicamente, na distribuição do bolo de R$ 12 bilhões referente à receita de Mato Grosso, não há viabilidade. Se fôssemos dividir, R$ 10 bilhões ficariam para o estado de Mato Grosso, R$ 800 milhões para o Araguaia e R$ 1,1 bilhão para o Mato Grosso do Norte. Eu não sou contra a divisão, mas, neste momento é inviável, pois nem pra criar municípios a União tem interesse. Para se ter uma ideia, até hoje, Mato Grosso tem dinheiro para receber da época da divisão e criação de Mato Grosso do Sul”, explicou.
    Segundo Riva, o debate realizado é imprescindível para chamar à responsabilidade o Governo, pois a discussão aborda os investimentos na região e abre espaço para as lideranças políticas e a sociedade analisarem o papel do Estado.
    Para o deputado, uma das saídas está na criação de incentivos regionais e mais presença do Executivo na região do Araguaia, apoiando os municípios que, em sua maioria, não tem condições de se manterem financeiramente.
    “O Araguaia é uma região que pede socorro. O sentimento de divisão existe devido à ausência do Governo, sendo que a maior ausência é da União, pois estados e municípios dividem pobrezas”, apontou Riva, ao criticar a distribuição do bolo tributário e a ineficiência do Congresso Nacional de fazer as reformas necessárias. 
    O deputado lembrou que o Estado está realizando um empréstimo de R$ 1,1 bilhão para investir em infraestrutura, uma das grandes prioridades do Araguaia. Disse que vai sugerir ao governador Silval Barbosa para estar presente no Araguaia em fevereiro de 2012, quando o financiamento for assinado, para discutir com a população as necessidades.
    “A MT-100, praticamente em sua totalidade, será beneficiada. Quanto à pavimentação da BR- 158, falta apenas bom senso com relação às questões indígenas. Sem falar da questão do hospital regional, que necessita de mais investimento e a criação da Unemat do Araguaia,”, afirmou Riva, destacando que, pelas potencialidades da região, a divisão pode ser oportuna no futuro.
    “Não, agora. Vamos aguardar o plebiscito do Pará e o posicionamento da presidente Dilma”, completou.
    O coordenador do Fórum, jornalista Leandro Nascimento, destacou que a região do Araguaia possui mais de um milhão de área produtiva. Porém, observou que uma das principais dificuldades é com relação à logística precária.
    “Desde 2003, estamos engajados nesta proposta de divisão, que enviamos aos 16 municípios do Araguaia. O sentimento de divisão é que seja criado somente o Estado do Araguaia, para que o Governo venha trazer mais investimentos à nossa região”, disse o jornalista.
    Já o produtor rural Édio Brunetta apontou a necessidade de pavimentação da BR-158 e que o sentimento de divisão vem da falta de investimentos em áreas essenciais e da distância que os municípios do Araguaia se encontram de Cuiabá, onde está localizada a administração do Estado.
    “Para se ter uma ideia, o contorno e nem os projetos da BR-158 estão prontos. O hospital regional também está carente e os repasses dos recursos para atender a área da saúde são insuficientes. Com certeza, se não tiver esse apoio do Estado, vamos perder essa grande oportunidade que a região vive, como uma agricultura forte”, disse.
    O deputado Baiano Filho também salientou que a discussão é oportuna para discutir junto ao Governo mais investimentos. “Concordo com o deputado Riva de que precisamos aguardar o plebiscito no Pará para sabermos qual será a decisão do Governo Federal. O debate é importante e temos que fazê-lo com responsabilidade”, afirmou.
    Também participaram do evento o prefeito de Alto Boa Vista, Vanderley Perin; o ex-prefeito de Canabrava do Norte, Genebaldo Barros; a vice-prefeita de Porto Alegre do Norte, o presidente da Câmara de Porto Alegre do Norte, Joel Gunther, e os vereadores Deusimar dos Santos, Leirival Monteiro, José Ferreira, Valdenor B. Souza, Jair Dias e Robson Lacel. Além de vereadores e lideranças dos municípios de Confresa, Alto Boa Vista e Santa Cruz do Xingu.


  • Redação com informações da assessoria de imprensa

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