Por Mário Marques de Almeida
“Para lançar fora a água suja da bacia não precisa jogar o bebê junto”. Esta máxima de origem popular é uma lição de prudência, bom senso, apontando que, quando algo ruim necessita ser removido, necessariamente não pode se extirpar junto a parte boa. Esse exemplo pode ser associado, perfeitamente, à decisão tomada pelo governador Silval Barbosa, na última sexta-feira (3), no sentido de determinar o cancelamento da compra dos sistemas de monitoramento e vigilância montados sobre jeeps Land Rover e que passou a ser amplamente criticada e questionada quanto a sua legalidade, inclusive pelo Ministério Público Estadual (MPE),a partir do momento em que a Imprensa trouxe à tona irregularidades sobre a empresa revendedora dos equipamentos, a tal Globaltech, ao que tudo indica, de fachada. Fazendo jus à comparação com que abro este artigo, a da água com que se lava o bebê e precisa ser trocada, Silval determinou o cancelamento da participação da empresa que atuava na intermediação da venda para o Governo de Mato Grosso dos sistemas de monitoramento e defesa, e não a suspensão definitiva dessa aquisição. Ao agir assim, o governador salvou a parte boa, por afastar a empresa intermediária e suspeita, mas não deixando de lado a intenção da adquirir esses sistemas, o que, se fizesse, apenas atenderia certos pregoeiros do “quanto pior, melhor” que torciam e vinham insistindo, sob a alegação descabida, porque frontalmente contrária à realidade social de violência e insegurança reinantes, de que não é prioridade o governo adquirir esses sistemas. Ou seja, para estes, investir na modernização da Segurança Pública é mera futilidade. Em suma, um absurdo! o que esses trombeteiros do atraso defendem. Embora eles estejam sempre na linha de frente daqueles que criticam a falta de uma segurança mais atuante e equipada, principalmente quando sentem na pele o problema, que é mesmo grave! E aqui abro um parêntese, para destacar – e parabenizar - os setores da Imprensa que se dedicaram a fazer jornalismo puro, despido de outros interesses que não fosse o de informar corretamente, quando denunciaram o processo como a compra vinha sendo efetivada – no que prestaram um serviço ao governo e, principalmente, à sociedade, que paga os impostos - , mas, em momento algum, até onde acompanhei o desenrolar do caso, questionaram a validade da tecnologia que Mato Grosso estava importando. Esse viés, o de se jogar tudo fora, só foi feito por determinados “caroneiros”, incrustados na política e com inserção em segmentos da mídia, interessados em potencializar os desgastes do governo estadual, que se aproveitaram da denúncia. Vá em frente, governador! Prossiga nessa determinação de modernizar a estrutura arcaica e defasada de vigilância naquelas áreas mais críticas e de maior incidência de criminalidade, a exemplo da fronteira com a Bolívia. Quem pode vibrar com essa possibilidade de um recuo são os inconseqüentes políticos, por achar que ganham eleitoralmente, mas quem lucra mesmo são os traficantes, do lado de cá e de lá da fronteira, por terem seus “corredores” por onde traficam as drogas, armas e roubos de carros, continuando escancarados e sem monitoramento eficiente. Já os perdedores, somos todos nós!
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