Pela primeira vez o governo brasileiro admitiu se comprometer com uma redução em torno de 40% nas emissões dos gases causadores do efeito estufa até 2020.
O compromisso que será anunciado no próximo sábado vai ser levado pelo país à conferência mundial de mudanças climáticas, em dezembro.
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que chefiará a delegação brasileira em Copenhague, na Dinamarca, evitou, no entanto, utilizar o tema "meta" para a posição do país. Segundo ela, a decisão ainda precisa de uma justificativa técnica. Dilma esclareceu que a estimativa de corte nas emissões de CO2 leva em consideração um crescimento econômico de 5 ou 6%.
"Nós não achamos que pode reduzir 40%. Temos que provar que pode. Talvez seja 38, 42%", disse a ministra a jornalistas, sinalizando que o governo vai se decidir por um percentual.
Já está acertado que o país vai reduzir o desmatamento em 80%, o que contribuirá para uma diminuição de 20% nas emissões dos gases. A ministra insistiu que os países desenvolvidos deverão ser pressionados a cumprir metas rígidas.O clima foi discutido nesta segunda-feira pelo Fórum de Mudanças Climáticas, que reuniu seis ministros, três governadores de estado, além de ambientalistas e sindicalistas.
"A postura do Brasil é de que os países em desenvolvimento assumam uma posição forte", disse ela, explicando que eles devem contribuir para uma redução de 2 graus na temperatura global.
O secretário-executivo do fórum, Luiz Pinguelli Rosa, resumiu o tom do encontro ao afirmar que "ninguém desmaiou com os 40%, antes desmaiava".Segundo ele, durante esta semana, os integrantes do grupo vão produzir um estudo técnico que sustente a posição brasileira.
A conferência mundial, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) na capital dinamarquesa, acontecerá entre 7 e 18 de dezembro. Pelo menos 190 países negociarão um novo acordo, que substituirá o Protocolo de Kyoto, de 1997, para enfrentar o aquecimento global.Entre as principais divergências estão as metas de redução das emissões de gases do efeito estufa entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e como levantar bilhões de dólares para ajudar os países pobres a lidar com o impacto do aquecimento global.
Fonte: Último Segundo
Selzy QUinta
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