terça-feira, 17 de novembro de 2009

CPI da Saúde se choca com situação dos PS´s de Cuiabá e VG e quer dois novos hospitais

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a realidade da saúde pública em Mato Grosso visitou hoje os Prontos Socorros Municipais de Cuiabá e Várzea Grande. Ao final da visita, o presidente, deputado Sérgio (PR), avaliou que as dificuldades são as mesmas nas duas unidades e anunciou que a Comissão vai propor a construção de dois novos hospitais para as duas cidades.

De acordo com ele nem uma das duas unidades visitadas nesta tarde oferecem o atendimento que a população merece. “Vamos chamar os governos federal, estadual e municipais e as bancadas federal e estadual para propor a construção de dois hospitais, novos, maiores, modernos, de fácil acesso e com um número de leitos que comporte o crescimento populacional dessas cidades”, disse.

Para ele “ faltou planejamento à longo prazo no setor hospitalar, não se pensou no futuro é hora de planejar um atendimento maior e de qualidade para atender ao crescimento futuro. Para se ter uma idéia da realidade constatada hoje, na UTI do Pronto Socorro de Cuiabá faltam medicamentos, inclusive de baixo custo como os diarréicos e água destilada estéril, de uso obrigatório para pacientes em situação de risco.

“Falta inclusive água destilada estéril. Isso é preocupante, revelou Sérgio Ricardo. É que informações repassadas pelos profissionais são de que a água mineral é utilizada, nestes casos. Para o deputado e médico Antônio Azambuja a troca da água destilada pela mineral pode agravar a situação de pacientes graves. Há ainda problemas com as bombas de infusão ambulatorial, cerca de dois terços não funcionam como deveriam. “De cerca de 30, por exemplo, só cerca de 10 funcionam”, informaram os profissionais. Outra falha detectada pelos parlamentares é de informação e de comunicação entre os responsáveis pelas alas e responsáveis pela aquisição e disponibilização de medicamentos e matérias, além de superlotação e espaço físico inadequado.

O secretário de saúde de Cuiabá, Luiz Soares informou que ao todo são ofertados em Cuiabá 1080 leitos, sendo 247 no Pronto Socorro e os demais na rede conveniada e tem 700 médicos e 318 enfermeiros chefes, além do quadro de enfermeiros e técnicos. Sobre o caos denunciado pelos médicos através da imprensa, Soares disse “que o que não está funcionando é em sua totalidade é pela falta de médicos no pronto atendimento, pois de 28 médicos do quadro, ao todo 22 pediram demissão. Para ela “ não é hora de olhar para trás e buscar culpados, mas de olhar para o que falta e construir uma saúde planejada para Mato Grosso”. O hospital de Cuiabá foi construído em 1982, recebeu reforma em 1988 e agora passa por nova ampliação.

O mesmo ocorre no Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande (PSMVG). Construído em 1982 foi reformado em 1988 e agora passa por nova reestruturação. O superintendente da Fusvag (Fundação de Saúde de Várzea Grande) e do Pronto Socorro, Jorge Lafetá admitiu que a demanda ultrapassa, em muito, a capacidade de atendimento. Ainda de acordo com ele, cerca de 30% dos pacientes que chegam ao PSMVG são de fora. A situação se agravou no período de greve, quando a demanda mensal que é de cerca de 16 mil atendimentos, chegou a 24 mil, 3 mil a mais que o atendimento médio mensal, no Pronto Socorro de Cuiabá onde são atendidos em média 21 mil pacientes/mês. Lá foi necessário improvisar leitos nos corredores para atender a demanda neste período de greve, na capital.

Em fase do aumento dos casos registrados de dengue no estado de 275% de 2008 a 2009, outro aspecto avaliado pelos parlamentares foi a condição das duas unidades em caso de registro de uma nova epidemia de dengue, os representantes das duas unidades admitiram que não há como comportar uma epidemia da doença nas condições atuais. Em Várzea Grande, a secretária de saúde, Jaqueline Guimarães traçou um diagnóstico e citou que houve aumento da agressividade da doença em razão da reincidência o que pode representar maior possibilidade de mortes. Os casos têm como principal causa a incidência de caixa d’água sem tampas. Outro dado é que os casos registrados diminuíram de 6.2 em 2008 para 4.1 em 2009. Ela atribui essa diminuição a limpeza promovida na cidade.

Para o deputado Wallace Guimarães, relator da CPI, “ neste momento em que a CPI trabalha não se pode faze4r um jogo de falácias, é preciso traçar um diagnóstico completo da saúde no estado. Acredito que seja intuito dessa CPI apontar as falhas, ver onde estão alocados os recursos e traçar uma nova política”. Já Percival Muniz é “hora de detectar as falhas e encontrar soluções”.

A CPI da Saúde foi criada com objetivo de traçar um diagnóstico e apontar uma política de saúde pública para Mato Grosso. Depois dos dois Prontos Socorros, a CPI visitará nesta sexta-feira (13), quatro policlínicas: do Pedra 90 às 9 horas, do Coxipó às 10h30; do Verdão às 16 horas e, por último, da Morada do Ouro, às 16 horas.

Fonte: A NotíciaMT

Selzy Quinta

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