domingo, 1 de novembro de 2009

Além da formação acadêmica, IFMT é celeiro de políticos

Professores e alunos do antigo Cefet ganham destaque político em Cuiabá e Mato Grosso e carreiras públicas

Antigo Cefet, hoje IFMT, se transformou ao longo dos anos também em celeiro de políticos

ANA ROSA FAGUNDES
Este ano é comemorado o centenário do Instituto Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso (IFMT). Nesses 100 anos de existência, a escola já formou muitos alunos que hoje têm representatividade na sociedade cuiabana. Mas uma característica chama a atenção nessa trajetória: o corpo docente da instituição é um verdadeiro celeiro político.
São incontáveis os professores da escola que ingressaram na vida política por meio de cargo eletivo ou nomeação para secretarias de Administração nos governos.
Entre eles, o vereador por Cuiabá Levi de Andrade, o Leve Levi (PP); o vereador licenciado e atual secretário de Infraestrutura de Cuiabá, Edivá Alves (PSDB); o secretário de Educação, Carlos Carlão Nascimento (PSDB); o deputado federal Eliene Lima (PP); o senador Oswaldo sobrinho (PTB); o ex-governador do Estado, Garcia Neto; e o também ex-governador Frederico Campos.
A instituição já passou por várias nomenclaturas. Era a inesquecível Escola Técnica Federal (ETF), depois passou a chamar Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) e, por fim, IFMT. Agora, além dos cursos técnicos, a instituição oferece cursos superiores.
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), comparativamente, apesar de maior número de alunos, não possui a mesma característica do IFMT, pois são mais raros nomes de professores que se lançam na política.
Fora aqueles professores que tiveram que pedir licença da centenária, para exercer cargos na administração ou legislação pública, há também aqueles que tentaram, mas não conseguiram, seguir outra carreira além de mestre. Por exemplo, o atual diretor do campus Coronel Octayde Jorge da Silva (a sede central, em Cuiabá), professor Ali Veggi, já foi candidato a vereador por Cuiabá duas vezes e também tentou a prefeitura de Cuiabá, em 1998.
A escola, por sinal, consegue tirar proveito dessa debandada de professores para a política. Todos políticos que ali são professores declaram verdadeira devoção à instituição. Isso faz com que os parlamentares trabalhem sem restrições por emendas para a escola, que sempre é sempre vista com carinho por seus parlamentares-professores. Nos últimos anos, por exemplo, a escola passou por uma grande ampliação da estrutura física, com a ajuda da bancada federal - nesse caso, não só dos professores - para obtenção de recurso.
O deputado Eliene Lima confirma que em seu trabalho parlamentar sempre luta pelo fortalecimento da instituição, buscando recursos para atender aos projetos da “sua casa”.
Professor desde 1991, quando o IFMT ainda era Escola Técnica, Eliene Lima está licenciado desde 1995 por conta de mandatos. Ele chegou a ser diretor da instituição nos anos de 1990 a 1994. “Atribuo boa parte da minha ascensão social e política à escola. Além disso, os anos de magistratura, do envolvimento com o segmento intelectual ajudaram-me na vida política”, afirmou o deputado.
Ele lembra que a escola tem uma grande importância social para Mato Grosso porque já formou milhares de alunos, muitos deles médicos, juízes, engenheiros e tantas outras profissões. O deputado era professor de edificações e chegou a dar aula para o hoje juiz Julier Sebstião da Silva e ao procurador da República, Pedro Taques.
O secretário de Educação de Cuiabá, ex-deputado estadual Carlos Carlão, é professor do IFMT há 31 anos. Começou a lecionar na instituição em 1978, e retirou nova licença no ano passado para assumir a pasta de Educação. Ele também considera que sua carreira política se deve ao histórico de professor. “Tudo que consegui foi como professor, e ser professor de uma instituição tão antiga e reconhecida ajuda em outras conquistas”, declarou.

Diário de Cuiabá

Selzy Quinta

Nenhum comentário: