sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Gaeco investiga vazamento de dados sobre operação

Procurador Paulo Prado diz que depoimento é sigiloso e coloca vidas em risco
Foto - MidiaNews

Paulo Prado, chefe do Gaeco: investigação vai apurar vazamento de informação

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) vai abrir uma investigação interna para apurar a responsabilidade pelo vazamento de informações sigilosas obtidas na investigação que resultou na apreensão de 430 quilos de cocaína, na Fazenda "Sete Irmãos", em Barão de Melgaço (134 km ao Sul de Cuiabá).
A apreensão foi um dos pontos altos da Operação Maranello, por meio da qual a Polícia Federal desbaratou, no dia 29 de setembro, um quadrilha que atuava no tráfico internacional em Mato Grosso.

  • A íntegra do depoimento de uma das pessoas ouvidas no caso foi divulgada com exclusividade pelo jornal Diário de Cuiabá, na última quarta-feira (7).
    De acordo com a reportagem do jornal, um depoimento prestado na sede do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), na tarde de 19 de junho deste ano, foi fundamental para as autoridades policiais descobrirem um grande carregamento de cocaína e dar início à operação que colocaria fim ao esquema de tráfico comandado por Edésio Ribeiro Neto, o "Binho". A atuação do grupo foi revelada há uma semana durante a deflagração da Operação Maranello, da Polícia Federal.
    "O depoimento, ao qual o Diário teve acesso, é sigiloso. No documento, de oito páginas, uma pessoa ligada à quadrilha revelou nomes de traficantes e o local onde a droga estaria. Ao final, pediu o benefício da delação premiada e sua inclusão no programa de proteção à testemunha. Segundo fontes na polícia, a Justiça já deferiu seus pedidos. Para preservar o denunciante, o Diário tomou a decisão de não revelar o seu nome, embora seus antigos comparsas já tenham conhecimento de que ele os delatou", diz trecho da reportagem.
    O coordenador do Gaeco, procurador Paulo Roberto Jorge do Prado, afirmou ter ficado surpreso com a divulgação e vai cobrar providências das instituições que tiveram acesso ao processo para descobrir como as informações chegaram à imprensa.

    "O depoimento foi sigiloso e coloca em risco a vida de pessoas que confiaram na Justiça e contribuíram para o esclarecimento dos fatos. Não podemos ficar inertes diante de situação tão grave como essa", afirmou o procurador de Justiça.

    Segundo ele, é inadmissível que atitudes irresponsáveis possam colocar em risco a credibilidade de instituições que atuam diariamente com investigações relacionadas ao tráfico de drogas.

    "Muitos desses crimes são esclarecidos com a colaboração de pessoas que estão envolvidas direta ou indiretamente no caso. Esses depoimentos são fundamentais para a elucidação de fatos que não seriam descobertos se não houvessem a participação dessas testemunhas, disse Prado.
    Outro lado
    O editor-executivo do Diário de Cuiabá, Anselmo Carvalho Pinto, disse ao MidiaNews que, em princípio, o jornal prefere não comentar o assunto. Mas, segundo o jornalista, o veículo vai fazer valer o direito constitucional que permite manter o sigilo da fonte.

  • ANTONIO DE SOUZA - Midia News

    Selzy Quinta

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