quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Homem denuncia crime ambiental na PF e morre 24 horas depois

Marcos Di Perez - de Juína

Manoel Carlos Filho, 43 anos, conhecido como “Eudes” foi assassinado um dia depois de prestar depoimento a Polícia Federal em Juina, no Noroeste de Mato Grosso. Em seu depoimento, Manoel Carlos relatou sobre crimes ambientais em uma propriedade onde trabalhava, na fazenda Rio Preto e que pertence a um madeireiro da região. A PF não afirmou, mas disse que há uma grande coincidência Manoel Carlos prestar esclarecimentos e se morto pouco mais de 24 horas. 

Há claras evidências de que o crime “pode ter sido um crime encomendado” - afirmou Benicio Cabral delegado da PF. Segundo o delegado , a vitima ofereceu resistência e medo no dia de seu depoimento. Segundo ele, tinha medo de algo de ruim acontecesse, ainda relatou que seus patrões são perigosos. O nome do madeireiro não foi revelado e que pode estar envolvido com o crime.

O crime ocorreu por volta das 22h do dia 10 de setembro, em uma rua sem iluminação que fica nos fundos do bairro Padre Duílio e poucos metros das instalações da Polícia Federal e Força Nacional. Testemunhas viram o momento em que Manoel subiu na garupa de uma motocicleta após ter saído de um bar. A família disse em entrevista que está com medo e quer justiça pelo o que aconteceu com Manoel.

A vitima foi assassinada com requintes de crueldade. A arma utilizada para o crime pode ter sido um capacete: o seu rosto ficou desfigurado com os golpes, do lado do corpo foi encontrado, vestígios do capacete que leva a crer ter sido mesmo a arma do crime.  Manoel chegou a ser socorrido pela ambulância municipal, mas morreu a caminho do hospital.

Segundo o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar no dia do crime, foi encontrado no bolso da vitima um bilhete com os números dos telefones celulares do delegado da Policia Federal e de um agente. O delegado revelou que um dia antes a vitima havia comparecido na PF para prestar esclarecimentos sobre possíveis crimes ambientais e por esse motivo levou os números dos telefones caso acontecesse algo com ele.

Uma pagina ficou registrado no inquérito policial que está nas mãos da justiça, e que o Ministério Público poderá ou não entrar com uma ação contra o dono da propriedade. “Se confirmado alguma ligação do crime com os seus depoimentos isso foi uma afronta a Polícia e sociedade, e não pode acontecer, a lei é que tem que prevalecer” - lembrou Benicio.

O homicídio  está sendo investigado pela Polícia Civil de Juína, algumas denúncias tem chegado até aos policiais, o delegado municipal José Carlos informou que já tem um suspeito e o crime será elucidado nos próximos dias.

Selzy Quinta

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