segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ralf responde a processo em Santa Catarina

Cassado pela Câmara de Vereadores por falta de decoro parlamentar, pesa contra Leite um processo por dirigir embriagado em outro Estado

Adia Borges/DC

Cassado, Ralf Leite também responde a processo no qual é acusado de dirigir embriagado em Santa Catarina

JULIANA SCARDUA
Da Reportagem
Não é apenas o Zero-quilômetro o palco de escândalos na vida do vereador cassado Ralf Leite, que perdeu o mandato parlamentar após ter sido flagrado com um travesti menor de idade em Várzea Grande. O político novato responde a um processo na Justiça de Santa Catarina por dirigir embriagado. Ele foi preso em flagrante em janeiro de 2006, na badalada região de Balneário Camboriú.
Ralf Leite nega a prisão. Porém, consulta ao site do Poder Judiciário de Santa Catarina não deixa dúvidas de que o episódio realmente aconteceu. Após a prisão em flagrante nas ruas de Camboriú, no começo de janeiro de 2006, o Ministério Público daquele Estado moveu denúncia criminal contra Ralf, acolhida pela Justiça. O processo foi protocolado em 10 de janeiro de 2006, mas está suspenso há quase dois anos porque a Justiça catarinense simplesmente não sabe o paradeiro de Ralf Rodrigo Viegas da Silva, nome do ex-vereador.
Conforme consulta à tramitação do processo, todo o rito se seguiu meses a fio sem nenhuma manifestação do acusado, o que fez com que o prazo prescricional e, por consequência, o próprio processo, fossem suspensos pela Justiça em outubro de 2007. Na prática, isso significa que Ralf não contaria com o benefício da prescrição do crime caso o processo se arrastasse por anos e anos, travado pelo fato de que o réu em questão simplesmente ‘sumiu’.
A medida se deu justamente diante do ‘desaparecimento’ de Ralf. Conforme destaca trecho de despacho judicial, embora tenha sido citado, “o acusado não compareceu, nem há notícia de que tenha constituído advogado”. Por não dispor de qualquer informação do endereço do acusado, o edital de citação, conforme consta nos autos do processo, foi fixado no dia 23 de agosto de 2007 no fórum de Balneário Camboriú, dispositivo previsto pela legislação.
Também consta nos autos o termo de audiência realizada na 2ª Vara Criminal de Balneário Camboriú, conduzida pelo juiz Gilmar Antônio Conte, em que “constatou-se a ausência do acusado”. O mesmo juiz, logo após o protocolo da denúncia contra Ralf, homologou a prisão em flagrante, feita por policiais ligados à 29ª Delegacia Regional de Polícia.
Procurado pelo Diário, Ralf Leite nega que a prisão tenha acontecido, nega a prática do delito (dirigir embriagado) e nega a existência de qualquer processo ou condenação envolvendo tal episódio. Ele admite apenas que foi parado numa blitz policial de rotina na cidade de Balneário Camboriú. “Não recebi nenhuma notificação. Parei numa blitz normal. Foi só isso. Não tenho nada julgado”, desconversa o vereador cassado.
O caso se soma ao histórico de escândalos que já marca a curta carreira política de Ralf Leite. Ele foi flagrado em fevereiro de 2009, logo após assumir a cadeira de vereador por Cuiabá, acusado de praticar sexo oral com um travesti menor de idade dentro do carro, na região do Zero Quilômetro, conhecida área de prostituição e tráfico de drogas em Várzea Grande. Enquadrado por quebra de decoro, o ato custou a Ralf a cassação do mandato parlamentar, além de processos que tramitam na Justiça de Várzea Grande.

Diário de Cuiabá

Selzy Quinta

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