A Chamada Operação Pacenas levada a efeito pela Policia Federal nesta segunda feira, 10/08/2009, grampeou de uma só pancada nada menos que 11 figurões do mundo empresarial, político, jurídico, bem como funcionários públicos envolvidos em um respeitável elenco de falcatruas, que segundo dados apurados e divulgados pela PF, as fraudes atingem a incrível soma de 209.549.907,960. São obras do PAC que foram licitadas nos anos de 2006 e 2007. Desse montante, aproximadamente R$ 10 Milhões já foram pagos. São licitações referentes a sete obras em Cuiabá e Várzea Grande. Advogados falam em “motivação política” para as prisões.
OPERAÇÂO PACENAS (leia essa palavra ao contrário), e vocês caros leitores vão entender que se trata de uma mutreta articulada nos porões da empresa que vende água para a população em Cuiabá e Várzea Grande, e supostamente em todo o Estado de Mato Grosso.
Água cara! Diga-se de passagem. Mas não tão cara a ponto de conter a ganância de alguns figurões que não têm limite quando se trata de abocanhar os recursos suados que o povo desembolsa em forma de tributos que são solapados pelos três níveis dos poderes, municipal estadual e federal. Ao que se percebe grande parte dos felizardos e “angelicais” senhores que enriquecem cada vez mais em níveis acelerado, a meta a ser atingida por eles, é o infinito.
A leva de celebridades que foi presa nessa oportuna operação da Policia Federal, (duvidamos muito que algum deles permaneça engaiolado por mais de uma semana), logo muito em breve uma liminar da lavra de algum Desembargador ou até Ministro, vai determinar que sejam liberados um a um, já que todos possuem residência fixa, e mais que isso, “bom comportamento”.
Se fosse um pobre coitado que furtou uma penosa do quintal do vizinho pra comer com sua prole faminta, por certo seria condenando a passar uma boa temporada no xilindró. Como se trata de gente fina, rebentos da casta dominante, figuras dotadas de um alto grau de “austeridade profissional e probas criaturas do ponto de vista moral”, é provável que em poucos meses, dias ou horas, estejam todos festejando a vitoria da esperteza em um dos vários locais sofisticados da capital, onde se aglomeram a fina flor da elite da trapaça, para degustar saborosos canapés e tomar um bom whisky importado da Escócia e se regozijar em grupo pela gorda conta bancária aquinhoada ao arrepio da lei. É observando a orgia que certos senhores praticam com os milhões que subtraem da sociedade, de forma desassombrada e impune, que vez por outra nos perguntamos por que não fazer o mesmo? Há, já sei! É que nos falta coragem e talento, e nos sobra reserva e medo para nos tornarmos salteadores. Só por sermos dessa forma e acalentar a expectativa que as coisas podem melhorar um dia, é que a inoportuna e desprezível pobreza ronda nossa atividade e nossas vidas. Êpa! Já ia me esquecendo de dizer: que colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilo e em paz, como dizem muitos falsos profetas arautos da moralidade pública, não passa de blasfêmia. E tome-lhe polca!
Selzy Quinta
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