Uma das maiores necessidades do município de Confresa continua sendo a recuperação das estradas vicinais do município. Para isso é necessário que haja, além de um clima seco, uma diversidade de maquinários de alto custo, como caminhões basculantes, pá-carregadeiras, máquinas de esteira e a motoniveladora.
Durante esses primeiros meses, a secretaria de obras teve que cumprir duas tarefas fundamentais. A primeira foi recuperar grandes trechos de estradas e pontes danificadas pelo período chuvoso que impedia o trânsito dos moradores e dos ônibus escolares no interior do município. A segunda foi recuperar o maquinário da secretaria de obras para que pudessem circular e realizar a primeira tarefa, mas quase sem recursos financeiros.
De todos os veículos e máquinas recebidos da gestão anterior, apenas um caminhão, que fazia a coleta do lixo, podia circular e de maneira precária. Esta situação foi denunciada pelo secretário de obras, Volmir Lazzari, logo que o levantamento do patrimônio da secretaria foi comparado com o relatório entregue pela equipe de transição.
A prefeitura tem registrada no seu patrimônio três motoniveladoras, mas apenas uma está em funcionamento após ser reformada. As outras estavam totalmente desmontadas, uma aqui em Confresa – que serviu apenas para reposição de peças, e a outra, só havia informação de estar fora do município.
Este em bom estado está avaliado em torno de R$ 150 mil, e é essencial para a solução de muitos problemas de vias não pavimentadas. Mesmo assim, ela estava parada desde 2005 na Catermaq, uma oficina em Barra do Garças.
A máquina foi resgatada em abril deste ano para ser recuperada dentro da oficina do município. O custo para a prefeitura será de aproximadamente R$ 65 mil, fora a utilização de partes da outra máquina sucateada sem condições de recuperação. O valor total do prejuízo chega próximo a R$ 100 mil. A motoniveladora já está pronta e tem agenda de trabalho para o dia 24 de junho.
DÚVIDAS - Em 2005, esta máquina foi enviada para receber manutenção na empresa de Barra do Garças. Segundo o chefe do departamento de obras, Otacir Riva, nenhum registro sobre o encaminhamento, serviços a serem realizados ou mesmo o estado da máquina foi encontrado. Eles seriam fundamentais para comparar o estado em que a máquina saiu de Confresa e como ela voltou.
Há apenas o relato de mecânicos que dizem que a motoniveladora foi colocada rodando sobre o caminhão que a levou para Barra do Garças. Sendo assim, todas as partes da máquina estariam montadas. Porém, não é isso o que diz a empresa que faria a reforma.
Riva diz que quando foi pessoalmente buscar a máquina na Catermaq, a empresa alegou ter recebido a motoniveladora no estado em que se encontrava. “Uma situação inacreditável, apenas o esqueleto e peças soltas. Faltavam as rodas, os cubos, os pneus, o volante, todo o sistema hidráulico e muitas outras peças importantes e caras. Isso sem contar que o motor que estava na Catermaq era de uma máquina de esteira e sem condições de recuperação”, declarou Riva indignado.
Para o chefe do departamento, o patrimônio público de Confresa foi roubado em algum momento. E como não há documentos sobre a transação, não há como exigir nada da empresa.
O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso já está ciente do fato e deverá expedir relatório sobre este e outros diversos casos de falta do patrimônio, segundo informações da prefeitura.
Fonte: Luciano Silveira
Selzy QUinta
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