A mobilização do SINTEP Confresa sofreu um grande revés na tarde de ontem, quando a justiça se pronunciou favorável ao pedido de liminar feito pela Prefeitura Municipal, através de uma Ação Civil Pública, determinando o final da greve iniciada em oito de maio e o retorno imediato ao trabalho dos professores municipais.
A juíza Cristiane Padim considerou que a paralisação dos professores municipais causa danos dificilmente reparáveis aos alunos e à sociedade, além de não ter embasamento legal. A magistrada também determinou o pagamento de multa diária no valor de R$ 5 mil por desobediência ao retorno das aulas.
Uma preocupação com as atitudes do SINTEP foi levantada por um dos advogados do caso. Segundo as declarações do Dr. Manoel Antônio de Rezende David, que veio acompanhar o trabalho iniciado pelo advogado da prefeitura Dr. José Roberto de Oliveira, um dos representantes do SINTEP disse que tinha o conhecimento que a Lei não amparava o movimento grevista. Esta constatação teria acontecido na reunião entre prefeitura e grevistas, na Câmara Municipal..
O prefeito Gaspar declarou em uma entrevista, logo após a decisão da justiça, que os professores foram induzidos pelo SINTEP a cometer atos irregulares, e que não tendo negociado suas reivindicações sem a greve, prorrogou uma atitude irresponsável prejudicando milhares de alunos e centenas de servidores municipais da educação. Os educadores poderão ser penalizados pelos dias parados além de terem que trabalhar durante as férias para repor as aulas perdidas pelos alunos.
Após a última reunião com a administração municipal, realizada na Câmara de Vereadores no último dia 16, o SINTEP já teria convocando uma assembléia geral. Segundo as declarações de um representante da entidade, na assembléia que estaria marcada para hoje, os professores poderiam decidir pelo final da paralisação, porém, a decisão da justiça saiu antes, lançando toda a carga de responsabilidade da greve ilegal sobre o SINTEP.
O Sindicato disse que se manifestaria sobre a decisão da justiça somente após ser oficialmente comunicado, o que ainda não tinha acontecido.
SEM GREVE - Professores que não aderiram à greve disseram que as atitudes do SINTEP são políticas, não só pela clara oposição partidária dos seus dirigentes à atual administração, mas também pelas motivações políticas internas da entidade que terá toda sua direção trocada em breve, “Eles sabem que todas as reivindicações são infundadas, tudo isso é para autopromoção dos que querem um lugarzinho na direção do SINTEP”, disse uma professora do ensino básico.
Outro professor disse que gostaria de conhecer os cálculos da prefeitura, porque para ele, é inútil insistir naquilo que não há possibilidade de ser realizado, “nós estávamos seguindo o sindicato, mas agora acho que os estudos apresentados pela prefeitura podem mostrar alguma coisa diferente, afinal o dinheiro viria para gente (professores), de um jeito, ou de outro, no final do ano”, disse o educador.
AJUSTES - A secretaria de educação e a secretaria de administração já afirmaram que todo o estudo realizado em conjunto com o SINTEP será levado em consideração e os ajustes apontados pela entidade serão realizados imediatamente, “desde o inicio afirmamos que entramos na administração da educação para concertar tudo o que está incorreto, continuamos com esta filosofia independente da greve indo parar na justiça. Aliás, agradecemos o SINTEP por ter apontados estas falhas que já vem de anos atrás”, disse a secretária municipal de educação, professora Terezinha.
O momento agora é de ansiedade para pais e alunos que aguardam o cumprimento da decisão da justiça com o retorno das aulas.
Fonte: Luciano Silveira
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