ELAINE PERASSOLI -Assessoria/Sicme/MT
Assessoria/Sicme
Superintendente de Indústria da Sicme, Sérgio Romani
A expectativa do superintendente de Indústria, da Secretaria de Indústria, Comércio Minas e Energia (Sicme), Sérgio Romani é de que no segundo semestre de 2009 chegue mais 20 novos grandes investimentos em Mato Grosso. Ele faz uma analise do primeiro semestre, fala das regiões que se destacam quando o assunto é atração de investimento e diz ainda o que sua equipe fará ainda este ano com relação a Copa de 2014.
– O secretário de Indústria, Comércio, Minas e energia, Pedro Nadaf disse que Mato Grosso tem caminhado na contra-mão da crise, em função dos investimentos que continuam chegando no Estado. Essa situação se mantém no segundo semestre?
Sérgio Romani – eu acredito que até melhore um pouco. No primeiro semestre nós recebemos na Superintendência de Indústria pelo menos 20 solicitações de enquadramento de novas empresa no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). Isso equivale a um investimento na ordem de R$ 3.200 bilhões, o que gerará quase dois mil empregos.
- Isso no primeiro semestre de 2009?
- Romani – Sim. Não podemos dizer que houve crise, mas admitimos que foi registrada uma pequena desaceleração no crescimento do Mato Grosso. Para o segundo semestre, esperamos pelo menos mais 20 empresas, mas o investimento será um pouco menor, na faixa de 400 milhões. É importante destacar que no primeiro semestre tivemos a chegada da Cluster, que é um grande empreendimento e, isso é atípico e alavancou o valor dos investimentos no Estado.
– Com a confirmação de Cuiabá como uma das cidades-sede da Copa de 2014, quais as ações que a Superintendência de Indústria da Sicme pretende fomentar ainda este ano?
- Romani – Cuiabá como uma das cidades-sede da Copa, evidentemente, vai ficar na vitrine, exposta para o resto do mundo. Mas os investimentos vão ocorrer um pouco mais à frente. Este ano, além das comemorações, vamos planejar as ações para os próximos anos. É tempo de planejamento.
– Então no segundo semestre a equipe técnica vai trabalhar em cima de planejamento?
- Romani – Isso mesmo. Para este ano ainda não há nenhuma previsão de ação desta superintendência.
– Mudando um pouco de assunto, qual é o papel da Sicme na captação de novos investimentos?
- Romani – Quem decide para onde vai o empreendimento é o empresário. Ele opta sempre pelo município em que encontra mais benefícios e maior remuneração para o seu capital. Em Mato Grosso temos algumas regiões que realmente têm atrativos muito bons. Assim, não adianta o Governo do Estado tentar direcionar o investimento porque o empresário vai fazer um estudo, cálculos e vai investir onde mais lhe convier. Não é o prefeito e nem o Governo do Estado que vai definir. Vale dizer que os gestores públicos podem usar instrumentos para atrair os investidores.
– O gestor público pode tentar vender o que tem de bom no seu município?
- Romani – Pode e deve. O Estado oferece os incentivos fiscais e também a estrutura dos distritos industriais que são administrados pelo Governo. Mas, os municípios também têm que oferecer alguma coisa, como incentivos nos impostos municipais, uma área ou infratrutura para implantação de uma empresa. Cada município deve fazer sua propaganda.
– Os prefeitos têm feito isso?
- Romani – Alguns sim, principalmente nessas regiões que têm um atrativo. Podemos dizer que existe até uma certa competição entre esses municípios para ver qual deles atrai as maiores e melhores empresas. O secretário Pedro Nadaf tem recebido frequentemente prefeitos e secretários municipais de Indústria e Comércio que vem em busca de informação e orientação sobre como proceder para atrair investimentos.
– Neste primeiro semestre quantas novas empresas se instalaram em Mato Grosso e receberam incentivo fiscal?
- Romani – Recebemos 20 empresas que pretendem se instalar em 16 municípios. Estes empresários devem investir cerca de R$ 3.2 bilhões, o que gerará cerca de dois mil empregos. Destas empresas, seis estão na região de Rondonópolis e quatro no eixo da BR-163. Há também aquelas que já começaram a ser beneficiadas neste primeiro semestre. Ao todo são 17 empresas, instaladas em 11 municípios. O investimento é de aproximadamente R$ 720 milhões, gerando pelo menos 23 mil empregos diretos e indiretos. Destas, quatro estão em Primavera do Leste e cinco no eixo da BR-163.
– Há uma região que mais se destaca na captação de empreendimentos? Qual?
- Romani – O destaque fica para três regiões. Uma delas é Rondonópolis por ser um pólo e por estar numa posição estratégica, com o entroncamento de duas BRs, uma ferrovia chegando e um parque industrial bem significativo. A outra é Cuiabá com uma boa infraestrutura. Aquelas empresas que não dependem do agronegócio preferem a Capital em função desta estrutura. A terceira região é o eixo da BR-163 que vai até Colíder, inclui a região de Diamantino e Sapezal. Se olharmos a localização das empresas que estão chegando e daquelas que começaram a trabalhar neste primeiro semestre vamos ver que os números confirmam o destaque para estas três regiões.
– Qual a avaliação do senhor sobre a Economia mato-grossense e o desenvolvimento do Estado?
- Romani - A economia mato-grossense está sustentada no agronegócio, quando este setor vai bem, a economia está estabilizada, quando vai mal se desequilibra um pouco. Hoje, bem melhor que no passado, temos uma economia diversificada, mas atualmente o preço do soja está bom e tudo vai bem. Temos alguns problemas pontuais, mas se analisarmos a macro economia podemos dizer que ainda está saudável. Apesar da crise Mundial podemos dizer que Mato Grosso está crescendo. Temos números, como o de consumo de energia elétrica que confirma o crescimento de todos os setores. Mato Grosso é um Estado muito promissor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário