sábado, 27 de junho de 2009

Afastamento de Sarney é sugerido por Senadores no plenário

 

Senadores da base aliada e de oposição criticaram ontem abertamente o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP) e propuseram o seu afastamento do cargo, entre outras cobranças feitas por 9 dos 11 senadores que estavam no plenário. Da tribuna, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pediu que Sarney tire licença da presidência por 60 dias, até que sejam apuradas as denúncias de irregularidades nos 650 atos secretos editados nos últimos 14 anos. O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) concordou com Cristovam, pediu a prisão do ex-diretor-geral Agaciel Maia e disse que há muitos senadores por trás dos atos secretos do Senado.

Sarney se defendeu dizendo que está adotando as medidas administrativas para punir os culpados. "Cada um tem seu temperamento. Não fico jogando fogos de artifício. Ninguém vai acobertar ninguém", afirmou. Gaguejando, Sarney ainda passou pelo constrangimento de ser obrigado a dar explicações sobre denúncia de que o mordomo de sua filha e governadora do Maranhão, Roseana Sarney, é funcionário de carreira do Senado e receber R$ 12 mil mensais. "É uma inverdade. O Senado nunca pagou nenhum mordomo, a senadora não mora em Brasília e a casa aqui não está sendo habitada por ela", disse o presidente, segundo quem Amauri Machado "é chofer do Senado há 25 anos". Em carta ao jornal "O Estado de S.Paulo", enviada no sábado (20), Roseana fez "algumas considerações", mas não desmentiu a reportagem.

Sarney pediu um voto de confiança da Casa e garantiu que "os defeitos e a vulnerabilidade imensa" do Senado serão corrigidos. Não convenceu. "O problema é que a velocidade que o presidente Sarney está fazendo as coisas é lenta e é menor do que a exigida pela opinião pública", disse Cristovam Buarque. Quando ele subiu à tribuna para sugerir o afastamento de Sarney, o plenário da Casa estava praticamente vazio.

O senador Magno Malta (PR/ES), rebateu a denúncia de que usou o esquema de atos secretos para plantar um assessor no Conselho de Ética, no período em que estava sendo investigado. Indignado, Malta afirmou que "homem nenhum teria peito de me oferecer uma indignidade destas". Malta, que esteve no Rio para ingresso de Anthony Garotinho no seu partido, disse ainda que jamais soube que a nomeação do assessor seria através de ato secreto. "Em 2005 foi oferecida uma vaga ao líder do meu partido e eu indiquei um companheiro nosso de 20 anos de liderança e ele foi nomeado no Senado. Eu não sabia que era ato secreto e, se soubesse, não teria entrado nisto".

 

Fonte:  AE

Selzy QUinta

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