"As mulheres têm ocupado todos os espaços profissionais, sempre à base do mérito", diz a jornalista Lúcia Hippolito
Por Thaís Naldoni/Redação Portal IMPRENSA
Na primeira edição do "Troféu Mulher Imprensa", realizada no ano de 2005, a cientista política e historiadora Lúcia Hippolito estava finalizando as matérias da faculdade que fariam dela uma jornalista diplomada. Seria aquele seu primeiro prêmio como uma jornalista, depois de ter abraçado a nova profissão com ares de veterana. Não porque estava na casa dos 50 anos, mas pela segurança com que desempenhava o novo papel.
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Lúcia Hippolito
Hoje, depois de ter vencido quatro das cinco edições do "Troféu Mulher Imprensa" como melhor "Colunista ou Comentarista de Rádio", Lúcia mostra não só a segurança dos veteranos, mas alia tal segurança ao vigor dos jovens profissionais e, assim, transita pelos mais diversos meios: ligue a TV, acesse a internet, ligue seu rádio ou leia um jornal, ela estará presente. E assim, com opiniões firmes, porém bem-humoradas, Lúcia Hippolito fala ao Portal IMPRENSA sobre a situação da mulher no Brasil e o que falta para que a igualdade de gênero seja, de fato, uma realidade no país.
IMPRENSA - Embora já haja avanços, a mulher ainda tem salários inferiores, estando nas mesmas funções dos homens, e são mais vítimas de assédio moral. Acha que existe uma "luz no fim do túnel" para que essa situação deixe, efetivamente, de existir?
Lúcia Hippolito - Acredito firmemente que estamos avançando muito. As mulheres têm ocupado todos os espaços profissionais, sempre à base do mérito. A conquista da igualdade salarial é o próximo passo, e não está longe. Mas, como diz minha diretora nacional de jornalismo, a bicampeã Mariza Tavares, só acreditarei em igualdade quando houver o mesmo número de homens e mulheres incompetentes em posições de chefia. Mulheres competentes ocupam posição de chefia, mas incompetentes não chegam lá. Quando chegarem, teremos atingido a plena igualdade.
IMPRENSA - O jornalismo, atualmente, seja nas redações, seja nos bancos universitários tem mais a presença feminina que a masculina. A que você atribui tal fato?
Lúcia - As mulheres já são maioria na sociedade brasileira. São também maioria nos vestibulares, tanto nas carreiras ditas femininas quanto nas ditas masculinas. Tudo o que envolve mérito tem mulheres na liderança: concursos para juízes e promotores, concursos públicos, vestibulares etc. Assim, é natural que também nas redações elas sejam maioria.
IMPRENSA - Qual a importância de prêmios como o Mulher Imprensa? Um prêmio voltado exclusivamente às mulheres pode acirrar a chamada desigualdade de gênero?
Lúcia - Tenho um carinho especial pelo troféu Mulher Imprensa. Talvez porque tenha sido o primeiro prêmio que recebi nesta carreira que abracei há tão pouco tempo. Acho o prêmio superválido, charmoso mesmo. Não há problema de ser um prêmio especificamente voltado às mulheres. Outros não o são. Há prêmios de todos os tipos. Este é para as mulheres. Simples assim.O "Troféu Mulher Imprensa" é um prêmio criado pela revista e portal IMPRENSA, em parceria com Aberje e Maxpress, e apoio de O Boticário, e visa homenagear as mulheres que atuam nas redações brasileiras, em seus mais diversos setores. A entrega dos troféus comemorativos será realizada no próximo dia 09/03, em evento realizado no Bar Brahma, no centro da cidade de São Paulo (SP).
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