sábado, 3 de janeiro de 2009

Tráfego no trecho do "Portão do Inferno" é convite para a morte

Raoni Ricci : Redação 24HorasNews

Arquivo

Rodovia foi construída em 1977 por Garcia Neto

     A rodovia MT-251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, foi construída em 1977, durante o governo de Garcia Neto, e recebeu o nome do ex-deputado federal Emanuel Pinheiro que havia sido assassinado com dois tiros na cidade de Chapada, quando caminhava em direção a um comício do extinto PSD. Ao que parece, toda a carga da morte do então parlamentar foi transferida para a estrada. De lá para cá, inúmeras mortes, principalmente em acidentes de trânsito. Mal sinalizada, a rodovia foi e é palco de muitas tragédias.
     Um dos pontos mais perigosos da estrada é o trecho conhecido como “Portão do Inferno”. O nome, convidativo para desastres, caiu como uma luva para o local. Para Wenderson Filsner, 28 anos, que tem um quiosque no “Portão do Inferno” há mais de 20 anos, o trecho é o ponto mais caótico da estrada. “Já presenciei muitos acidentes aqui, grande parte deles com vítimas fatais”, revela.
     Para o comerciante, que garante que há anos vem brigando pela segurança no trecho, se existe um responsável pela péssima situação na “Emanuel Pinheiro”, é a Secretaria Estadual de Infra-estrutura (Sinfra). “Não tem sinalização, a gente sempre liga, cobrando os reparos, mas nunca somos atendidos. Quem perde com isso são os turistas e nós, os comerciantes”, reclama. O desabafo de Filsner é uma demonstração da gravidade do problema.
     Na véspera da festa de virada do ano em Chapada dos Guimarães o movimento na “Emanuel Pinheiro” era intenso, como era de se esperar, mas a preparação e a segurança não foram antecipadas. “Quase bati meu carro contra o paredão ali no “Portão do Inferno”. Não conheço bem a estrada e não consegui ver a parede natural, a freada foi bem em cima”, conta um motorista, completando que um carro que vinha logo atrás também teve que frear duro para não colidir com a parede.
     Wenderson afirma que a situação ilustrada acima é cada vez mais comum e culpa a falta de sinalização e também de policiamento no local. “A maioria dos acidentes que acontecem aqui são em função de não haver qualquer tipo de sinalização. A noite ninguém enxerga o paredão, e se estiver um pouco distraído a batida é inevitável”, explica.
     Para o comerciante, a ausência do posto policial no trecho também ajuda no aumento de acidentes. “Antes, quando o posto policial funcionava, as pessoas já vinham mais cautelosas, devagar. Hoje, sem o posto, não tem nenhum tipo de fiscalização aqui”, esbraveja.
     Inicialmente planejada como uma estrada turística, hoje a MT-251 é uma das vias mais utilizadas pelos caminhoneiros, pois dá acesso ao município de Campo Verde, e é um desvio da fiscalização na BR-364, por isso, em qualquer época do ano a estrada é sempre muito movimentada, o que causa ainda mais perigo.
     O comerciante faz um apelo as autoridades para que olhem com “bons olhos” para a rodovia Emanuel Pinheiro, especialmente no trecho de perigosas curvas do “Portão do Inferno”. “Eu peço pelo amo de Deus, que a Sinfra, a prefeitura de Chapada olhe por esse lugar, pelas pessoas que passam por aqui. Do jeito que está os acidentes são inevitáveis, mais pessoas morrerão por aqui. Precisamos de sinalização, de policiais trabalhando neste local”, desabafa.

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