As investigações que levaram à prisão de Severino Henrique da Silva começaram logo após uma ocorrência registrada na Delegacia de Confresa que tratava da tentativa de assassinato de um motorista por uma situação corriqueira em trânsito das cidades.
O fato aconteceu no dia 13 de Dezembro e foi noticia (clique aqui e leia a matéria) em toda a região por retratar a violência banal, característica das grandes cidades, onde problemas de trânsito simples são motivos de assassinatos.
Na ocasião uma freada brusca do motorista para evitar o atropelamento de um ciclista assustou o condutor da bicicleta, o acidente mesmo tendo sido evitado foi o motivo que fez Severino seguir por 200 metros o veículo, que após ser estacionado em frente a uma igreja, destino dos passageiros, abordou o motorista de arma em punho. O criminoso disparou diversas vezes uma pistola calibre 380 e acabou acertando uma passageira dentro do carro. O motorista fugiu correndo ainda sendo alvejado por diversas vezes, até que Severino terminou a munição indo embora calmamente na bicicleta.
Num prazo curto de tempo os investigadores conseguiram descobrir a identidade do criminoso. Segundo o sistema de informações da polícia, ele já era procurado por outros três crimes de homicídio, sendo dois em São Paulo e outro em Minas Gerais.
No final da semana passada, o suspeito passou a ser seguido por investigadores que se revezavam no trajeto, avaliando seu perfil e descobrindo onde ele poderia estar escondendo a arma utilizada no crime.
O sucesso da polícia se deu quando Severino Henrique da Silva, 56 anos, foi preso assim que saída do local onde dormia, portando a arma do crime. A pistola 380 estava municiada com cartuchos originais e foi recolhida para que sejam feitos os exames periciais, principalmente de balística, já que um dos projeteis disparados pôde ser recuperado do painel do veiculo atingido.
Na delegacia, Severino confessou ter atirado, segundo ele o fato de quase ter sido atropelado e não ter conseguido a atenção do motorista para discutir o fato, seria motivo para matar.
Em entrevista dada ao programa “Parlamento em noticias” da Rádio Cidade FM, em Confresa, Severino disse que não tinha culpa, “Tudo aconteceu por causa do trânsito caótico de Confresa, todo mundo sabe que a gente fica nervoso e com isso acabam acontecendo as desgraças, é assim em todos os lugares”. O criminoso ainda respondeu que comprou a arma de um caminhoneiro em Confresa, “não é fácil comprar uma arma assim, mas o motorista estava quebrado e precisava de dinheiro para consertar o caminhão, eu passava de bicicleta e ele me ofereceu a arma”, disse.
Um dos investigadores que prendeu Severino, Volnei Paz, declarou que o empenho da polícia civil nesse caso foi maciço, “era preciso dar a resposta para a sociedade que, desde o fato, ficou intranqüila com um maníaco homicida, portando uma pistola, à solta nas ruas da cidade. Confresa não está acostumada com esse tipo de crime grave por banalidades no trânsito”.
Severino permanece preso por porte de arma e tentativa de homicídio, ele foi considerado um dos dez criminosos mais perigosos que já foram presos em Confresa. A polícia já fez contato com os outros estados e deve receber os processos com o pedido de prisão para o criminoso.
ARMAS NAS RUAS – Fica agora para a polícia a tarefa de tentar coibir esse tipo de crime, a sociedade cobra a retirada das armas das ruas. As operações de revistas em pedestres, ciclistas e veículos que eram realizados a pouco mais de um ano atrás precisam voltar a serem realizados. Na época, o porte de arma caiu a quase zero, quem tinha arma não saia com ela nas ruas porque sabia do risco de ser preso, como diversos foram. Isso deu tranqüilidade aos cidadãos de bem que não andam armados. Na época, quem era preso com arma certamente estava mal intencionado, muitos crimes graves acabaram sendo evitados.
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Fonte: Luciano Silveira / Jornal O Parlamento
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