segunda-feira, 6 de julho de 2015

Pátria educadora?

Por LUIZ CARLOS AMORIM

Brasil – Pátria Educadora se faz com educação de qualidade. Para um país que vem sucateando a educação de seus cidadãos há décadas, soa por demais irônicos a presidente fazer deste o lema para o seu segundo e mais desastroso “governo”.
O ensino – que faz parte da educação, conforme o dicionário – foi perdendo qualidade numa crescente assustadora, durante o governo do PT e está aí o resultado: crianças no terceiro, quarto ano, que não sabem ler e escrever, jovens que não sabem se comunicar – não conseguem escrever ou ler um bilhete, não conseguem interpretar um texto; escrever uma redação, então nem pensar. Isso sem contar as escolas sem manutenção, sem equipamento, professores mal pagos, etc., etc.
A prioridade na campanha da presidente foi o resgate da educação, a melhoria do ensino no Brasil. E o que aconteceu logo que ela assumiu o segundo mandato? O principal alvo do corte de “despesas” do governo foi à educação: teve o maior corte de todos os ministérios, no valor de nove bilhões e meio de reais. O Fies – Fundo de Financiamento Estudantil, ficou inacessível justamente na época de inscrição dos estudantes. Em dezembro, o governo mudou as regras do programa, além de proibir a renovação de contratos que tinham sido reajustados com taxas menores do que a taxa de inflação. As “autoridades” educacionais - leiam-se MEC – fecharam o acesso ao site do Fies para conter a inscrição de dois milhões de alunos que dependem do financiamento para continuar estudando. Depois de muito protesto, o MEC prorrogou as inscrições até junho, mas não se sabe se todos os alunos conseguiram se inscrever. Aliás, o MEC reabriu as inscrições, mas dando preferência ao Norte e Nordeste. O corte no Sul teria sido para disponibilizar em outro lugar? Programas como Pronatec e Ciências Sem Fronteiras também sofreram cortes.
Então essa é a Pátria Educadora da presidente: corte de verbas para a educação, esvaziamento do conteúdo programático do ensino em todos os níveis, abandono das escolas, pagamento bem aquém do devido a professores, profissionais tão importantes na vida de todos os brasileiros, que deveriam ser melhor qualificados, também. Não é à toa que acontecem greves de professoras em vários pontos do país.
As universidades federais são obrigadas a suspender investimentos em projetos e pesquisas, para conter despesas. Há que se conter despesas de qualquer jeito. Esperemos que não tenham que diminuir o quadro de professores.
Então não parece deboche, escolher tirar a maior quantidade de recursos justamente da pasta da educação e ficar alardeando que o Brasil é uma Pátria Educadora? Onde está o ensino de qualidade? Que país é esse, que prefere que seu povo tenha cada vez menos educação?

* LUIZ CARLOS AMORIM – Escritor, editor e revisor, fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA ·.

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