Castrillon, denunciado pela polícia, foi indicado para o cargo pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Guilherme Maluf
Remanescente da era Savi, homem do cofre da Assembléia Legislativa (500 milhões/ano), Gean Castrillon, é um "velho" conhecido da polícia Federal, inclusive, chegando a ser preso durante operação Galileu
Foto de ODOC
O secretário de Orçamento e Finanças da Assembléia Legislativa, responsável por gerir duodécimo anual de aproximados R$ 500 milhões, advogado Giancarlo da Silva Lara Castrillon, 37 anos, foi alvo de dois processos que tramitam na Justiça Federal de Brasília em decorrência da operação “Galileu”, deflagrada pela Polícia Civil em 2005, quando ele chegou a ser preso sob acusação de integrar a “máfia dos concursos”.
A União e o Ministério Público Federal (MPF) apresentaram ação de improbidade administrativa em janeiro de 2008 contra Castrillon e outros envolvidos no caso. Na época, o MPF ofereceu denúncia contra Castrillon e outras 44 pessoas junto à 12ª Vara Criminal da Justiça Federal do Distrito Federal.
Na esfera penal, há uma ação movida pelo MPF desde julho de 2005 contra Castrillon e outros acusados. O processo está na fase de alegações finais.
Suspeito de recrutamento de candidatos em Cuiabá, ele foi denunciado por formação de quadrilha.
Galileu
A operação foi deflagrada para desbaratar esquema de fraudes em concursos públicos promovidos pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe). Castrillon não atendeu as ligações do ODOC para comentar sobre a defesa nos dois processos que apareceram no levantamento feito pela reportagem.
Ararath
ODOC apurou que no dia 25 de novembro de 2013, a Polícia Federal cumpriu novos mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete de Castrillon (Detran/MT), por determinação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A medida fez parte da segunda etapa da operação “Ararath" para subsidiar investigações sobre crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro.
Os desdobramentos da Operação Ararath levou o então governador Silval Barbosa (PMDB), na época, a demitir o presidente do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), o advogado Giancarlo da Silva Lara Castrillon. A saída ocorreu 72 horas após a Polícia Federal ter apreendido R$ 230 mil em espécie em seu apartamento durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na 2ª fase da operação Ararath.
A denúncia
O Ministério Público Federal ofereceu à 12ª Vara Criminal da Justiça Federal em Brasília denúncia, no dia 6 de julho de 2005, contra 45 pessoas envolvidas no esquema de fraudes em concursos públicos, promovidos pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe). A seguir, seguem os delitos - e seus respetivos autores e co-autores - pelos quais os réus foram enquadrados pelos procuradores da República no Distrito Federal, Gustavo Pessanha Velloso, e José Diógenes Teixeira:
1) Formação de bando ou quadrilha (artigo 288 do Código Penal):
Hélio Garcia Ortiz;
Marcus da Costa Guimarães
José Roberto de Oliveira
Bonaldo Barbosa de Souza
Celso Deolindo
Valdir Luís de França
Airton Martins da Costa
Pedro Américo Panyagua Costa
Azuwilson Dantas Montenegro
Maria Auxiliadora Antunes Montenegro
Caroline Garcia Ortiz
Edina de Castro Garcia Ortiz
Bruno Garcia Ortiz
Lécio Garcia Ortiz
Aléssio Alberto Gomes Campos
André Artur Ferreira de Almeida
Ricardo Emílio Espósito
Marcos Divino Teixeira da Silva
Giancarlo da Silva Lara Castrillon
Benedito Aquelino da Silva
David Fernando de Souza
Fábio Henrique Martins
Juliano Cardoso Moscon
Hidelbrando Pereira da Rocha
Carlos Artur Campos
Sidclei Lima de Souza
Carlimi Argenta de Oliveira
Fernando Leonardo Oliveira Araújo
2) Violação de sigilo profissional (artigo 325 do Código Penal): revelação do conteúdo das provas do concurso realizado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) em 2003, o qual deveria ter sido mantido em sigilo.
- Autor: Fernando Leonardo Oliveira Araújo
- Co-autores: Carlimi Argenta de Oliveira e Hélio Garcia Ortiz
3) Lavagem de dinheiro (artigo 1º, V e VII da Lei 9613/98): ocultação, mediante depósito em conta de terceiro, da origem do pagamento pela revelação do conteúdo das provas do concurso realizado pelo TJDFT em 2003.
- Autora: Carlimi Argenta de Oliveira
- Co-autor: Fernando Leonardo Oliveira Araújo
4) Estelionato (artigo 171, § 3º do Código Penal): fraude no concurso realizado pelo TJDFT em 2003, mediante a revelação das respostas das provas a alguns candidatos.
- Membros da quadrilha que participaram da fraude, recrutando candidatos e revelando-lhes as respostas das questões da prova:
Hélio Garcia Ortiz
Edina Garcia Ortiz
Caroline Garcia Ortiz
Bruno Garcia Ortiz
Alessio Alberto Gomes Campos
José Roberto de Oliveira
Ricardo Emílio Esposito
Azuwilson Dantas Montenegro
Maria Auxiliadora Antunes Montenegro
Bonaldo Barbosa de Sousa
Valdir Luiz França
- Candidatos que foram beneficiados pela fraude:
Alexandra Espósito
Bruno de Souza Lima Lima
Cláudia Alves Marques
Dircilene de Oliveira Cruz Elizabeth Mello Barbosa
Flávio Mafra Ribeiro
Janaína de Castro Ferrão
Janice de Castro Ferrão
Isabel Coelho de Paes Mendes
Leila Lacerda Freitas
Leyvan Leite Cândido
Lúcio Mendes dos Santos
Manoel de Souza Lima Júnior
Márcia Ferreira de Assis
Márcio Ferreira de Assis
Rodrigo Brito da Silva
Rodrigo Mafra Gonçalves Ribeiro
Teresa Cristina Rivetti César
Processo 2005.34.00.021962-5
Histórico
Nascido em Cáceres (214 km de Cuiabá), candidatou-se a vereador da capital mato-grossense pelo DEM em 2012, quando declarou à Justiça eleitoral ter 105.280,89 (um Pajero Full no valor de R$ 100 mil e o restante da quantia em banco). Castrillon obteve pouco mais de 1.500 votos naquela eleição.
Por: DA EDITORIA DO DOCUMENTO
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