A Justiça Federal de Mato Grosso decretou nesta terça-feira (27), o fim do sigilo do processo da quinta fase da operação Ararath da PF, que investiga a ocorrência de crimes financeiros no Estado que pode ter desviado cerca de R$ 500 milhões.
Deflagrada no dia 22, a operação resultou na prisão do ex-presidente da Assembleia Legislativa de MT, deputado José Riva (PSD); do ex-secretário de estado Eder de Moraes e do governador Silval Barbosa (PMDB), este último por porte ilegal de arma.
De acordo com a Polícia Federal, o principal operador do esquema de lavagem de dinheiro que abasteceu campanhas eleitorais e pagou propina em Mato Grosso era Eder Moraes, ex-secretário da Fazenda do governo do hoje senador Blairo Maggi (PR). Ainda segundo a PF, Moraes, que está preso desde o dia 22 no Complexo da Papuda, em Brasília, agia a mando de Maggi e do governador Silva Barbosa (PMDB).
O juiz federal Jeferson Schneider, autor da decisão, afirmou que há dois motivos para que seja decretado sigilo na tramitação de um processo: quando há necessidade de obtenção de provas e quando se faz necessária a preservação do direito à intimidade dos investigados. Segundo ele, nenhum dos motivos se aplica mais ao caso.
Na opinião do magistrado, o sigilo decretado uma semana antes da operação Ararath foi o suficiente para colher documentos necessário para continuar as investigações. “Nada impede que seja dada publicidade ao processo”, disse.
O esquema foi revelado pelo empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, que conseguiu delação premiada. Segundo a PF, o empresário movimentou uma conta corrente em favor de políticos do Estado, por intermédio de Éder Moraes.
Investigações da PF apontam que participaram do esquema três instituições bancárias e pelo menos seis empresas que tinham contrato firmados com o governo do Estado para a execução de obras.
Do Estadão Conteúdo
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