terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Em entrevista Wagão Camargo diz que falsificação em Jaraguá é mito

Wagão Camargo, vice-presidente da Associação Comercial, faz defesa de Jaraguá em reportagem do Diário da Manhã

O Diário da Manhã trouxe no domingo, dia 02, uma entrevista com Wagão Camargo, Vice-presidente da da Associação Comercial e Industrial de Jaraguá (ACIJ). Segundo a matéria ele esteve no jornal para buscar apoio estadual. Durante a entrevista Wagão Camargo defendeu a cidade e disse que a história de falsificação no município é mito, e ainda cobrou do Governo do Estado de Goiás apoio para as confecções e disse que irá defender o município da fama, segundo ele injusta.

Reportagem do DM: Com quase 43 mil habitantes, a cidade de Jaraguá é conhecida como a capital do jeans em Goiás, além de ser considerada um dos sete polos confeccionistas do Estado. A produção mensal do município supera dois milhões de peças, entre calças, jaquetas e saias.

Porém, de acordo com o Vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Jaraguá (ACIJ), Wagner Camargo da Costa, a cidade carrega uma má fama, que não faz jus à realidade. “Jaraguá tem um estigma de falsificação e, como em todo outro lugar, pode até ter imitação, mas é ínfimo, nós temos um dos melhores jeans do mundo e fabricamos lá mesmo”, argumenta.

O proprietário da Ficar Camisaria, Igor Pereira, comunga da mesma opinião. “Tem falsificação, mas se comparado com antigamente, tem muito pouco, a maioria das pessoas estão investindo em marcas próprias”, conta.

Wagner lamenta que, apesar de Jaraguá ser uma cidade economicamente forte, é pouco vista, valorizada apenas localmente. “Infelizmente, o que temos do Estado é só que é constitucional. A sobrevivência do município é com as vendas locais e com as buscas com o governo federal. Eu espero que o Estado abra as portas”, afirma e diz ainda que se o Estado ajudar, Jaraguá pode se tornar muito mais forte.

EMPREGO

O setor de confecção é a principal atividade econômica local e influencia, expressivamente, a oferta de empregos. Ao todo, são 600 empresas do ramo têxtil, responsáveis por diminuir a taxa de desemprego a 5%. De acordo com o Vice-presidente da ACIJ, o município tem 15 mil empregados diretos neste setor. Ele ainda ousa: “Não tem desemprego na cidade, a confecção é muito forte”.

Igor Pereira conta que em sua camisaria, são fabricadas cinco mil peças por mês, entre camisas, camisetas, camisetes e jeans. Para isso, têm 30 funcionários, fora os que trabalham nas facções terceirizadas. “Se as falsificações acabarem, nossas confecções vão crescer em número de vendas e poderemos empregar mais ainda”, afirma.

Para Wagner, o jeans é tão importante para a economia da cidade e para a oferta de empregos que ele o chama de ‘ouro azul’. “O ouro amarelo que os garimpeiros buscam só dá uma safra, agora, o ouro azul é infinito”, explica.

HISTÓRIA

Até o início dos anos 70, Jaraguá era referência na agricultura e pecuária regionais. Porém, o município perdeu produtividade em função das freqüentes mudanças na economia e, com o intuito de se adaptar às mudanças, alguns moradores criaram pequenas empresas de confecção.

“A confecção de Jaraguá se desenvolveu, inicialmente, pela visão do doutor Alano de Freitas, 30 anos atrás, juntamente com alfaiates da época”, conta Wagner Costa.

Então, a partir de uma empresa original, ex-funcionários criaram novas microempresas, que geraram outros empreendimentos. Em pouco tempo, o município estava povoado por indústrias, lavanderias, acabamentos, bordadeiras, atacadistas de máquinas industriais e vários outros empreendimentos adjacentes.

Em 2002, foi criado o Arranjo Produtivo Local (APL) pelo setor produtivo com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O arranjo passou a investir em lavagem e outros serviços relacionados ao tratamento do jeans, como o lixamento manual.

O APL surtiu efeito e, desde 2002, a Acij vem promovendo a Feira Anual da Indústria de Confecções de Jaraguá com o apoio da Secretaria de Estado de Indústria e Comércio de Goiás e do Sebrae. Outro resultado positivo do arranjo é a união do setor para investimentos na infraestrutura do município.

E, como resultado da qualidade do tecido e da concentração de serviços no tratamento do jeans, o Sebrae, em parceria com o Ministério da Integração Nacional, criou o prêmio Pequi Brasil, em 2006. A intenção é fortalecer a identidade local, levando o nome de Jaraguá para os outros estados do País e até para fora do Brasil.

APELO

O Vice-presidente da ACIJ teme que muitos dos possíveis compradores deixem de ir a Jaraguá por conta da má fama. "Quero desmistificar essa idéia que as pessoas têm, até fora do Estado, sobre Jaraguá e conto com o apoio do governo estadual para isso", diz Wagner.

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