segunda-feira, 2 de julho de 2012

Blairo Maggi foi espionado por grupo de Carlinhos Cachoeira

Agência Brasil

Maggi com Demonstenes Torres, na sessão do Senado

Senador de Mato Grosso foi vitima de espionagem

Está nas mãos da Polícia Federal, há pelo menos 30 dias, uma denúncia que revela o esquema de arapongagem montado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira com objetivo de obter munição para envenenar as relações entre o Partido da República e o Palácio do Planalto. O senador Blairo Maggi (PR-MT) foi alvo de um grupo especializado em serviços de espionagem e teve seus sigilos telefônicos e de internet violados por arapongas a serviço de interesses escusos com atuação em Brasília.

Nesta segunda-feira, 2, Maggi condenou "toda e qualquer prática de investigação ilegal" e reforçou a denúncia à PF, pedindo providências enérgicas a fim de que os responsáveis sejam cível e criminalmente punidos, para que, ações desse tipo não violem a própria Constituição e não coloquem em xeque o estado democrático de direito.

“Peço providências cíveis e criminais à Polícia Federal” - disse o senador de Mato Grosso.

A tarde, Maggi esteve no Senado Federal, na sessão em que o senador Demósteneses Torres (sem partido) pediu perdão a cada um dos senadores. Maggi foi um dos poucos a cumprimentar Demósteneses. “Tenham a certeza, sou inocente. Obrigado, senhor presidente, amanhã estarei aqui de novo” - disse Demóstenes.

Segundo o jornal "O Estado de São Paulo", os arapongas do esquema de Carlinhos Cachoeira estariam se dedicando a uma nova frente de atividades. Suspeitos de violação de sigilo e interceptações ilegais, eles ofereciam a políticos de várias partes do Brasil a possibilidade de rastrear e-mails de eleitores de sua região e, em seguida, usar os endereços eletrônicos para o envio de propaganda. O serviço custaria R$ 0,40 por mensagem. Os detalhes da ação surgiram nos grampos da Polícia Federal na Operação Monte Carlo.

Fora políticos do entorno de Brasília e cidades fluminenses, os arapongas escolheram como clientes potenciais o prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB), e o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), aos quais pretendiam oferecer seus serviços. Rastrear endereços de e-mail, mesmo quando o conteúdo não é acessado, é crime.

Há tempos que as investigações apontam interesses do contraventor Carlinhos Cachoeira em Mato Grosso. Entre outros, ele  procurava oportunidades de explorar jogos em Mato Grosso e no Paraná. Cachoeira procurava diversificar seus negócios. Ele usou a Construtora Rio Tocantins (CRT) para fazer negócios em Mato Grosso e em outros Estados da região. Assim como aconteceu com a Delta, os negócios da CRT ex-pandiram-se consideravelmente nos últimos anos. 

Escutas telefônicas mostram que, entre os interesses da turma de Cachoeira em Mato Grosso, estava o controle da Loteria Estadual (Lemat), fechada desde o final da década de 1980. Em outubro do ano passado, Barbosa assinou um decreto para reativar a loteria. Em dezembro, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou uma emenda que autoriza a exploração da loteria por empresas privadas. 

24 Horas News

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