Luiz Acosta
Prestes a esgotar o prazo para dar uma definição sobre que rumo vai seguir nestas eleições, dia 15 de junho, próxima sexta-feira, o empresário Mauro Mendes decidiu arregaçar as mangas e entrar a semana com as atenções voltadas apenas nas reuniões que terá com diversos partidos “nanicos” e alguns de nível médio, em busca de apoio para sua candidatura. O anúncio oficial sairá dessas reuniões ao longo da semana. O mesmo acontece com o empresário Dorileo Leal, nome lançado pelo PMDB, que avalia a possibilidade de ir para o embate, desanimado pelas recentes pesquisas de intenções de votos.
Mesmo liderando as pesquisas de intenção de votos divulgadas até aqui, o empresário que vem de duas derrotas consecutivas (2008 a prefeito de Cuiabá e 2010 a governador do Estado), Mauro Mendes está com um ‘pé atrás’ pois sabe que uma terceira derrota poderá comprometer ou sepultar definitivamente seu desejo de iniciar na vida pública no comando do Executivo, seja municipal ou estadual. Ele já foi alertado desse risco pelo seu padrinho político, o senador Blairo Maggi (PR), que disse em entrevista recente, entender que como candidato, Mendes não tem obrigação de ganhar a eleição, pois quem decide é o povo, mas, “uma nova derrota para quem já disputou Prefeitura e Governo, certamente, é muito ruim”, disse o senador republicano.
Maggi defende a ideia de que Mauro Mendes se resguarde para ser candidato a governador em 2014, até para desfazer um pouco o desgaste que ele já começa a enfrentar, uma vez que perdeu o discurso de ser o “novo”, e com isso, o eleitor já não tem mais a mesma “curiosidade” em saber como seria o modo “Mauro Mendes” de governar. Isso tem feito com que Mendes tente ampliar ao máximo seu provável arco de aliança, e, para atingir esse objetivo, mesmo enfrentando resistência do PSB, PV, PPS e PDT, que formam o movimento Mato Grosso Muito Mais, que são contrários à abertura de espaços para novas siglas, o empresário tem conversado muito com todos os partidos e tenta inclusive implodir a candidatura do vereador Francisco Vuolo, no PR, oferecendo a vaga de vice na chapa.
Em parte, Mauro já conseguiu criar certa “confusão” no ninho republicano. Tanto que, inexplicavelmente o deputado licenciado João Cuiabano Malheiros, na surdina, resolveu abrir mão do cargo de secretário de Turismo do Estado para anunciar que havia recebido convite de Mauro Mendes para ser vice. A manobra de Malheiros ocorreu à revelia do partido e sem falar com ninguém, de olho apenas no próprio projeto. Causou mal estar e pode sair queimado do processo.
De hoje até sexta-feira, muita água vai passar debaixo da ponte e Mauro Mendes inicia a caminhada rumo à definição se reunindo com o PCdoB, o PDT e o próprio PR, na sequência, deverá conversar com PV e PPS para buscar apoio na abertura do arco de alianças. Analistas políticos dizem que o empresário está tentando minar de todas as formas seus adversários mais fortes para ganhar mais musculatura e se fortalecer para a disputa.
Ao mesmo tempo, Mendes negocia com líderes do PMDB, temerosos em alanvancar o projeto de Dorileo Leal e acabarem no meio do caminho. Leal pode deixar a candidatura ainda esta semana. O empresário, ao contrário de Mendes, não conseguiu arregimentar forças para sua candidatura - hoje, o PMDB está quase isolado no projeto. A renuncia de Dorileo pode, por outro lado, fortalecer o projeto de Carlos Brito que vai para a disputa com as bênçãos do prefeito Chico Galindo e do principal líder do PSD, deputado estadual José Riva.
Se conseguir ‘melar’ a candidatura de Vuolo, Mendes não terá muita dificuldade, uma vez que Dorileo Leal não apresenta um bom desempenho nas pesquisas publicadas até agora, não tem base eleitoral forte para melhorar sua performance e não caiu no gosto popular como ele próprio esperava. O mais forte adversário seria Carlos Brito (PSD), que tem uma base política reconhecida, mas, ainda assim não é visto pelos analistas como o candidato capaz de cair na preferência do eleitorado. Em suma, Mauro tenta virar a mesa para vencer o jogo por “WO”, ou quase.
24 Horas News
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