sexta-feira, 1 de junho de 2012

Delegacia de Jaraguá corre o risco de fechar as portas por falta de servidores

A Delegada titular de Jaraguá, Fabiane Drews retornou de férias na quinta-feira, 30/05, e terá pela frente uma série de problemas que vão desde a falta de estrutura de trabalho até a falta de profissionais para dar andamento as investigações. Ele retorna em um momento em que há um clamor pela elucidação dos homicídios que ocorreram na cidade este ano, principalmente depois do 5º homicídio praticado recentemente.

O repórter Dudi Bill, entrevistou a Delegada que falou sobre vários assuntos ligados a segurança pública, como a investigação do último homicídio, a onda de criminalidade que vive a cidade com vários assaltos e também sobre a estrutura de trabalho oferecida pelo Governo do Estado de Goiás a Polícia Civil de Jaraguá, que enfrenta problemas até de falta de pneus para as viaturas.

Folha de Jaraguá - Como estão as investigações do último homicídio?

Delegada – Estou retornando hoje, me inteirando dos fatos e peguei a delegacia com muitos problemas. Os agentes estão me passando às informações, as investigações já começaram, agora vamos dar prosseguimento a ela.

Folha de Jaraguá – Existe alguma novidade no caso?

Delegada – Em princípio temos uma testemunha, que nos relatou as características físicas dos dois autores e nós vamos partir desse ponto.

Folha de Jaraguá – A senhora acredita que a motivação para o crime tenha sido acerto de contas?

Delegada – Pela característica do homicídio, leva a crer que tenha sido uma execução. Pelas informações que temos, foram efetuados 11 disparos que atingiram principalmente as costas da vítima. Essa agressividade, e essa ação tão explicita, demonstra que foi um acerto de contas.

Folha de Jaraguá – A vítima tinha passagem pela polícia ou envolvimento em algum crime?

Delegada – Essa informação eu não tenho. Estão levantando essas informações, mas ainda não foi me repassado.

Falta de estrutura para trabalhar

Folha de Jaraguá – Como esta a estrutura de trabalho da Delegacia de Jaraguá?

Delegada – É um problema sensível que vem se agravado cada vez mais. Não sei se a população tem conhecimento, mas a situação da delegacia de Jaraguá é bastante caótica. Houve uma redução drástica de servidores e nós corremos o risco de parar as atividades totalmente, porque não há servidores. Em dezembro do ano passado, eu contava com 06 escrivães e hoje conto com apenas 02, sendo que um é do expediente e outro do plantão.

Folha de Jaraguá - Como fica a delegacia se faltar um escrivão?

Delegada – Quando um escrivão não pode vir, vai ao médico, por exemplo, a delegacia fica sem, e não há como registrar ocorrência. Nós tivemos um incidente logo que eu saí de férias, foi quando a corregedoria nos visitou e autuou um servidor por supostamente estar usurpando da função pública. Mas eu gostaria que a população entendesse, e soubesse das carências que o Estado nos impõe. O servidor (em questão) era uma ajuda benéfica que a Prefeitura nós dava, dispondo de outros 07 servidores para ajudar administrativamente.

Folha de Jaraguá – Essa falta de servidores prejudica as investigações?

Delegada – Realmente a situação é muito difícil e complicada, vamos ver se as autoridades superiores conseguem tomar uma atitude para trazer novos servidores para a delegacia. Porque o andamento dos procedimentos que aqui estão, vão continuar parados e os novos que chegarem vão ficar parados também, a situação é cada vez mais crítica.

Folha de Jaraguá – Como a Polícia Civil está lidando com a superlotação de carros apreendidos no pequeno pátio da delegacia?

Delegada – Isso é um problema, mas temos outro, os pneus das nossas duas viaturas estão totalmente usados e não estão mais em condições rodar e mesmo assim o Estado não nos fornece novos pneus, por esta razão em breve teremos que parar as viaturas. Não podemos colocar os servidores rodando nestas viaturas e colar suas vidas em perigo. E sobre a superlotação do pátio da delegacia, quero frisar que já temos 8 veículos dentro do pátio e agora estamos colocando os que chegam lá fora. O Estado não nós dá condições de trabalhar e a população nos cobra uma resposta, e temos que nos esforçar ao máximo para dar a melhor resposta possível, mas não temos resposta do Estado.

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