quarta-feira, 18 de abril de 2012

Jamais teriam a ousadia de me procurar, diz Perillo sobre Cachoeira

O governador de Goiás, Marconi Perillo (terceiro da direita para a esquerda), participou de um encontro que reuniu sete dos oito governadores do PSDB .... Foto: Agência Estadual de Notícias do Paraná/Divulgação

O governador de Goiás, Marconi Perillo (terceiro da direita para a esquerda), participou de um encontro que reuniu sete dos oito governadores do PSDB em Curitiba (PR)
Foto: Agência Estadual de Notícias do Paraná/Divulgação

  • Roger Pereira /   Direto de Curitiba

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) disse nesta terça-feira que está tranquilo em relação às denúncias envolvendo um suposto tráfico de influência do bicheiro Carlinhos Cachoeira com o governo do Estado. "Não há qualquer omissão do Estado a qualquer contravenção. Foram mais de 400 operações da Polícia Civil contra jogo ilegal e 1.902 apreensões de máquinas caça-níqueis de 2011 para cá. Jamais alguém teria a ousadia de me procurar para tratar de qualquer assunto que dissesse respeito a qualquer tipo de ilegalidade. Estou absolutamente tranquilo em relação a essas questões e estarei sempre à disposição da imprensa para quaisquer esclarecimentos", disse Perillo em um encontro que reuniu sete dos oito governadores do PSDB em Curitiba (PR).

O governador também falou sobre o afastamento de sua chefe de gabinete, Eliane Gonçalves Pinheiro, do presidente do Detran-GO, Edivaldo Cardos, e do procurador-geral do Estado, Ronald Bicca, que teriam sido citados em gravações telefônicas da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que investiga Cachoeira. "Nenhum deles cometeu qualquer ilícito ou qualquer ato relacionado com a operação. Ocorre que como os nomes foram citados ou fizeram algum tipo de contato, pediram para sair, mas tenho certeza que ao final do caso restará provada a inocência de cada um deles", disse.

Perillo também negou qualquer influência de Cachoeira na indicação de cargos para o governo de Goiás. "Nunca recebi qualquer indicação para cargo no governo, que são preenchidos por competência técnica e rigorosamente pelo critério de meritocracia. Os secretários indicam boa parte das pessoas que vão compor suas equipes e eles têm responsabilidade sobre essas indicações. Mandei apurar e a conclusão é de que não há nenhuma indicação".

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, que participou do encontro, defendeu Perillo e pediu uma CPI "limpa" no Congresso. "Quando surgiu a ideia de CPI, o PSDB imediatamente a integrou. O PSDB tinha várias convicções e uma delas diz respeito ao mérito, à integridade e à competência do governador de Goiás. Entre nós não há o que esclarecer. O que desejamos é uma CPI limpa, aberta, que não respeite os interesses partidários e que busque, em qualquer lugar, as explicações necessárias. As que dizem respeito ao governador de Goiás estão dadas, as que dependerem de outros, vamos esperar que sejam dadas", disse.

Governadores reclamam de concentração de recursos
Reunidos em Curitiba, sete dos oito governadores do PSDB - Beto Richa (PR), Antonio Anastasia (MG), Geraldo Alckmin (SP), José de Anchieta Jr. (RR), Marconi Perillo (GO), Simão Jatene (PA) e Siqueira Campos (TO) - assinaram uma carta em que defendem o enfrentamento do que classificaram de "falência federativa". No documento, os governadores demonstram preocupação com a redução do poder de investimento dos Estados e apresentam alternativas para recuperar sua capacidade gestora.

"Os governadores apontaram a perigosa omissão da União diante do compromisso pelo financiamento dos serviços públicos, notadamente na saúde, educação e segurança, onde os Estados são permanentemente obrigados a novos custeios sem o correspondente repasse por parte da receita concentrada do governo federal", disse o governador do Paraná, Beto Richa, informando que, na carta, os tucanos reivindicam uma "urgente e sincera articulação com o governo federal", para o reposicionamento em torno de temas como a redução dos encargos e do comprometimento dos Estados com o pagamento da dívida com a União, os novos critérios para a distribuição do Fundo de Participação dos Estados e a origem e o destino tributário do comércio eletrônico.

Uma das propostas debatidas pelos governadores tucanos foi a Desvinculação das Receitas do Estado. Nos moldes da Desvinculação das Receitas da União (DRU), aprovada ano passado pelo Congresso Nacional e duramente criticada pela bancada do PSDB, a proposta garantiria 10% das receitas para novos investimentos. "Estamos discutindo isso no fórum mais adequado que é o Confaz (Conselho dos Secretários de Fazenda). Um exemplo prático é, de repente, utilizarmos a arrecadação do IPVA para ser destinada a investimentos em rodovias. Precisamos de alternativas", disse Richa, alegando que a proposta é diferente da aprovada pela União por garantir que os recursos serão utilizados em novos investimentos.

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