Por Gilson Ricci**gilson-ricci@hotmail.com
Ceia de Natal. Com a graça de Deus nossa mesa é farta! Guloseimas salgadas e doces esparramam-se pela mesa vasta, em torno da qual a família numerosa está reunida nesse ágape tradicional, que já se tornou ritual obrigatório no seio das famílias brasileiras. O peru natalino ali está a provocar água na boca de todos os comensais. Lindos arranjos de bombons e frutas diversas enfeitam a mesa. Deparo com uma cestinha de uvas viçosas. Curioso e discreto, leio o rótulo e vejo a origem daqueles exuberantes cachos de uva: semi-árido de Pernambuco.
Saboreio gostosamente aquelas uvas, que me dão além da doçura natural da fruta, o sabor da vitória de milhares de míseros nordestinos, que deixaram de viver na miséria e agora tornaram-se exportadores dos produtos produzidos numa terra outrora árida e condenada à perpétua estagnação. Vêm-me ímpetos de satisfação e orgulho, por ter em minha mesa uma cesta de uvas pernambucanas, o que no passado parecia impossível, pois uva no Brasil era fruta nobre importada, e aqui produzida somente nos estados do sul.
Disfarço uma lágrima a escorrer pelo rosto, pois a emoção é muito forte. Tenho vontade de gritar bem alto um viva ao povo nordestino, por vencer com grande galhardia a miséria que o subjugava a séculos, e agora surgem nos horizontes daquela pobre região lampejos de esperança, que trazem alento não apenas àquele povo, mas para todos nós brasileiros, que amamos nossa Pátria gloriosa.
O fato é por demais alvissareiro, pois nossos irmãos nordestinos já podem levantar a cabeça diante de todos os demais brasileiros, porque os frutos da irrigação do solo no bravio sertão nordestino já começaram a surtir efeito. A prova ali está em minha mesa, representada naquela caixa de uvas apetitosas, que é um símbolo imenso – gigante mesmo – do avanço sócio-econômico de um povo até então castigado pela fome e pela vergonha.
A fertilidade da terra nordestina pela irrigação, que começa a ganhar força com a transposição do rio São Francisco, atrai uma considerável quantidade de investidores experientes, que chegam de várias partes do Brasil e até mesmo do exterior. Esse ciclo de investidores e trabalhadores fez inverter a corrente migratória de milhões de retirantes nordestinos, que se viam obrigados a abandonar suas casas e seus bens, deixando para trás tudo o que possuíam, inclusive seus animais famélicos a morrerem de sede e de inanição. Os retirantes lançavam-se a pé por estradas intermináveis e inóspitas, sob o sol escaldante, em levas de homens, mulheres e crianças. Nessa cruenta peregrinação por “léguas tiranas”, encravavam nas margens das estradas cruzes sobre as covas daqueles que não resistiam a penosa caminhada - como um libelo contra seus cruéis governantes, que os abandonaram à própria sorte por séculos de sofrimento.
Era o martírio dos retirantes das secas - o genocídio de milhões de compatriotas nossos, que pereceram à própria sorte sem a menor assistência governamental -. Vários escritores pátrios chegaram a afirmar categoricamente que os governantes daquelas regiões tiravam proveito próprio da desgraça de seus conterrâneos, pois embolsavam as vultosas verbas carreadas pelo governo federal à SUDENE - Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, deixando morrer à míngua os destinatários, seus míseros concidadãos. Era o banditismo oficial a campear livremente nos confortáveis gabinetes governamentais, cujos asseclas até hoje mantêm seus lugares garantidos no comando da política regional, mormente no Congresso Nacional.
Graças ao esforço de uma heróica parcela de idealistas brasileiros, esse quadro dantesco começa a reverter. A solução encontrada para acabar o suplício daquele povo foi a irrigação do solo, com a perenizarão dos rios do Polígono das Secas, a começar pela transposição do rio São Francisco, cujo projeto está a cargo de batalhões de engenharia do Exército Brasileiro - obra alvissareira para a salvação de doze milhões de nordestinos moradores na região, contestada por uma maldita minoria de apátridas alienígenas, que lá está tentando impedir o avanço da obra.
A doçura da uva nordestina do Natal, em minha mesa, serve de alento aos brasileiros que desejam a felicidade do nosso valoroso povo - como eu e meus diletos leitores, que não temos a empáfia de pseudos intelectuais amantes de ideologias estranhas à vocação cristã do povo brasileiro, a apregoarem impunes aos quatro cantos do Brasil, a desmoralização de nossa história pátria, muito embora aqui vivam na mais plena liberdade de expressão.
Enquanto esses cães apátridas ladram, o nosso amado Brasil cresce vertiginosamente no ranking econômico mundial, despontando recentemente como a sexta maior economia mundial, ultrapassando a poderosa e sempre atrevida Inglaterra, segundo fontes do CEBR – Centro de Pesquisas de Economia e Negócios. A façanha nos enche de orgulho e de esperança no futuro do Brasil, cuja economia não pára de crescer graças ao nosso Pai Celestial, bem como ao trabalho denodado de brasileiros, que não medem esforços a colocar a pátria acima de seus interesses pessoais.
*Gilson Cavalcanti Ricci é advogado.
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