O senador Jayme Campos (DEM-MT) defendeu a imunização, pelo Sistema único de Saúde (SUS), contra o vírus HPV (papiloma vírus humano), responsável pela infecção de 60% de mulheres no país e principal causa da alta incidência de câncer de colo de útero entre a população feminina.
“Gostaria de lembrar que o Brasil não está conseguindo cumprir a importante meta de reduzir a mortalidade materna, principalmente pelo aumento de casos de câncer de colo uterino. A meta está entre os oito Objetivos do Milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas para 190 países até 2015, e o Brasil ainda perde milhares de brasileiras para o câncer”, disse o senador durante audiência pública sobre o tema, realizada nesta terça-feira (13.12) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.
O debate com especialistas da área médica e representantes do ministério da Saúde teve o objetivo de subsidiar o projeto (PLS 238/11) da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), o qual propõe a vacinação gratuita contra o HPV em mulheres de 9 a 40 anos de idade de todos os estados e municípios. A proposta já foi aprovada pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Casa e será votada em decisão terminativa pelos senadores da CAS.
O presidente da Comissão lembrou que o Brasil é um dos líderes mundiais em incidência de HPV e alertou que a doença é a mais comum entre as doenças sexualmente transmissíveis. “O projeto em discussão na CAS supre uma lacuna no atendimento público, porque a vacina ainda é muito cara e as mulheres pobres são as maiores vítimas”, defendeu Jayme Campos.
Estudos mostram que o maior número de casos está concentrado nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Os representantes do ministério da Saúde reconhecem a importância e o benefício das duas vacinas licenciadas no país, mas alegam que os custos pesariam no orçamento da saúde. Segundo os cálculos do Governo Federal, a imunização pelo SUS custaria R$ 600 milhões/ano aos cofres públicos, ou um terço dos recursos gastos anualmente em programas de vacinação.
Vacinas para jovens - A relatora do projeto, senadora Marta Suplicy (PT-SP), quis saber a eficácia da vacina entre as mulheres de diferentes faixas etárias e os debatedores explicaram que a imunização só tem efeito para pessoas que ainda não foram iniciadas sexualmente.
A relatora também cogitou a possibilidade de priorizar a vacinação em algumas regiões, mas os participantes da audiência pública alertaram para o risco de uma avalanche de recursos judiciais, já que o SUS é um modelo de assistência universal e deve atender todos os estados da Federação, sem discriminação.
A senadora Vanessa Grazziotin argumentou que nos estados do Norte do país não há médicos disponíveis para atender a população carente e defendeu a prioridade na atenção à saúde da mulher. “O importante é estarmos aqui, pensando em políticas públicas para a população feminina. Sabemos que não há divergências em relação à eficiência das vacinas e o parlamento está fazendo sua parte”, ponderou.
Atualmente, surgem 500 mil novos casos de HPV em todo o mundo, causando 320 mil mortes anuais. Só no Brasil são registrados, a cada ano, 17.500 casos.
Assessoria de Imprensa da CAS
Foto – Agência Senado
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