domingo, 4 de dezembro de 2011

Artigo: Livros e árvores que choram

Por PAULO ZAVIASKY

Um dos maiores erros dos atuais "lançadores de livros" é aquela mania antiquada e criminosa, se não fosse burrice, de registrar suas obras literárias em papel.
E, fazem pior, arquitetam festas solenes desses lançamentos contrários à ecologia e ao equilíbrio da natureza, claro que por ignorância e sem maldade, pelo sacrifício de cada livro representar uma árvore derrubada e morta, para se transformar nesse montão de papel que representa um troféu contra a humanidade.
Por isso, os "lançadores de livros" modernos são condenados por todos os países civilizados e se equiparam aos criminosos donos de serrarias.
Antigamente, as crianças de ontem tinham medo de passar em frente de funerárias e seus brilhantes "caixões de defuntos" com "Ofertas do Dia" e "Queima de Estoque"...
Muitas pessoas até compravam, por impulso compulsivo, alguns caixões fúnebres pela simples vontade de "aproveitar" as facilidades, ímpeto/doença que persiste até hoje em muitos.
Mas, hoje, o medo e a vergonha que fazem a gente atravessar as ruas são as serrarias da vergonha e dos esquemas dos crimes ambientais.
Na verdade, o MP, a PF e os governos seriam os maiores inteligentes do século XXI se retirassem todos os fiscais e gastos com barreiras policiais, helicópteros, sustento, efetivos ou grupos armados que tentam, repito, tentam apenas, impedir o roubo de gigantescas árvores e florestas inteiras, pela manhã, à tarde, à noite e de madrugada, ininterruptamente.
E, apenas, procurem fechar todas as serrarias, as únicas e maiores receptadoras desse crime "organizado", condenado pela civilização moderna e impunes até agora.
A prova está na cara do mundo. Os satélites mostram que todos os analfabetos, imprestáveis, muitos bandidos, sem capacidade para nada, roubam apenas uma motosserra velha e estragada e se mudam para nossas florestas abrindo clareiras em primeiro lugar. Fundam cidades para ser chamados de "pioneiros" ou "implantadores de cidades".
Depois, vendem a motosserra e compram tratores com a venda de nossas seculares árvores. E derrubam mais árvores. De analfabetos e imprestáveis caipiras, se transformam em "doutores". Entram em clubes de serviço e forças vivas da região.
Em seguida, através de propinas, compram do governo federal, ministério das comunicações da vergonha nacional, concessões de Rádios, TVs e até redes de rádios e TVs porcarias só para amparo político em campanhas idem.
Ato contínuo, transformam-se em financiadores de eleições e/ou são candidatos propineiros da vanguarda cara-de-pau brasileira, desde o golpe de Sarney no presidente general João Figueiredo, no feiticeiro militar estratégico, eminência parda, general Golbery do Couto e Silva e nos militares.
E o povo, pensando que está votando num, elege outro. Com voto "obrigatório democrático" e ilusionista, pois a urna brasileira foi objeto de análises de certa universidade europeia que ainda será divulgado pelas mágicas que conseguiu até hoje perante o povo deste terceiro mundo sem cérebro. Vai dar o que falar.
Mas, então, como publicar um livro? Primeiro, você o escreve, digitando num micro, é claro. Compra uma tiragem de "Tablets PC" - veja no "Google": "o que é tablet?" - e coloque seu livro neles.
Nessa tela de LEDs, do tamanho de um livro ou de nossos gibis de antigamente, dá para ler livros e navegar na Internet, além de muitas outras coisas e ser ecologicamente correto.
Sai caro, mas quem tem educação, e quer lançar um livro atualmente, deve mandar o convite com as passagens de ida e volta, estada em hotel cinco estrelas, pagar a estada e as contas e doar um "Tablet" com seu livro lá dentro. O pior é que há indígenas no terceiro mundo que ainda escrevem livros em papel e se atrevem, que vergonha, a promover "lançamentos" com festa onde a gente é que tem de comprar seus livros.
E, as árvores que chorem!

PAULO ZAVIASKY é jornalista em Cuiabá.
verpz@terra.com.br

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