domingo, 13 de novembro de 2011

O poder permanente de derrubar governos

 

As ondas de pânico criadas em torno de casos de corrupção, desde Collor, têm servido mais a desqualificar a política do que propriamente moralizar a nossa democracia. Apesar da imensa caça às bruxas movida pela mídia contra os governos, em nenhum momento essa sucessão de escândalos, reais ou não, incluíram seriamente a opinião pública num debate sobre a razão pela qual um sistema inteiro é apropriado pelo poder privado, e, principalmente, porque não se questiona essa apropriação. O artigo é de Maria Inês Nassif.

Por Maria Inês Nassif (*)

A corrupção do sistema político merece uma reflexão para além das manchetes dos jornais tradicionais. Em especial neste momento que o país vive, quando a nova democracia completou 26 anos e a política, que é a sua base de representação, se desgasta perante a opinião pública. Este é o exato momento em que os valores democráticos devem prevalecer sobre todas as discordâncias partidárias, pois chegou no limite de uma escolha: ou diagnostica e aperfeiçoa o sistema político, ou verá sucumbi-lo perante o descrédito dos cidadãos.
O país pós-redemocratização passou por um governo que foi um fracasso no combate à inflação, um primeiro presidente eleito pelo voto direto pós-ditadura apeado do poder por denúncias de corrupção, dois governos tucanos que, com uma política antiinflacionária exitosa, conseguiram colocar o país no trilho do neoliberalismo que já havia grassado o mundo, e por fim dois governos do PT, um partido de difícil assimilação por parcela da população. Nesse período, a mídia incorporou como poder próprio o julgamento e o sentenciamento moral, numa magnitude tal que vai contra qualquer bom senso.
Este é um assunto difícil porque pode ser facilmente interpretado como uma defesa da corrupção, e não é. Ou como questionamento à liberdade de imprensa, e está longe disso. O que se deve colocar na mesa, para discussão, é até onde vai legitimidade da mídia tradicional brasileira para exercer uma função fiscalizadora que invade áreas que não lhes são próprias. Existe um limite tênue entre o exercício da liberdade de imprensa na fiscalização da política e a usurpação do poder de outras instituições da República.
Outra questão que preocupa muito é que a discussão emocional, fulanizada, mantida pelos jornais e revistas também como um recurso de marketing, têm como maior saldo manter o sistema político tal como é. É impossível uma discussão mais profunda nesses termos: a escandalização da política e a demonização de políticos trata-os como intrinsicamente corruptos, como pessoas de baixa moral que procuram na atividade política uma forma de enriquecimento privado. Ninguém se pergunta como os partidos sobrevivem mantidos por dinheiro privado e que tipo de concessão têm que fazer ao sistema.
Desde Antonio Gramsci, o pensador comunista italiano que morreu na masmorra de Mussolini, a expressão “nenhuma informação é inocente” tem pontuado os estudos sobre o papel da imprensa na formulação de sensos comuns que ganham a hegemonia na sociedade. Gramsci já usava o termo “jornalismo marrom” para designar os surtos de pânico promovidos pela mídia, de forma a ganhar a guerra da opinião pública pelo medo.
No Brasil atual, duas grandes crises de pânico foram alimentadas pela mídia tradicional brasileira no passado recente. Em 2002, nas eleições em que o PT seria vitorioso contra o candidato do governo FHC, a mídia claramente mediou a pressão dos mercados financeiros contra o candidato favorito, Luiz Inácio Lula da Silva. Tratava-se, no início, de fixar como senso comum a referência “ou José Serra [o candidato tucano] ou o caos”.
Depois, a meta era obrigar Lula e o PT ao recuo programático, garantindo assim a abertura do mercado financeiro, recém-completada, para os capitais internacionais. Em 2005, na época do chamado “mensalão”, o discurso do caos foi redirecionado para a corrupção. Politicamente, era uma chance fantástica para a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a única alternativa para se contrapor a um líder carismático em popularidade crescente era tirar de seu partido, o PT, a bandeira da moralidade. A ofensiva da imprensa, nesse caso, não foi apenas mediadora de interesses. A mídia não apenas mediava, mas pautava a oposição e era pautada por ela, num processo de retroalimentação em que ela própria [a mídia] passou a suprir a fragilidade dos partidos oposicionistas. Ao longo desse período, tornou-se uma referência de poder político, paralelo ao instituído pelo voto.
Eleita Dilma Rousseff, a oposição institucional declinou mais ainda, num país que historicamente voto e poder caminham juntos, e ao que tudo indica a mídia assumiu com mais vigor não apenas o papel de poder político, mas de bancada paralela. Dilma está se tornando uma máquina de demitir ministros. Nas primeiras demissões, a ofensiva da mídia deu a ela um pretexto para se livrar de aliados incômodos, nas complicadas negociações a que o Poder Executivo se vê obrigado em governos de coalizão num sistema partidário como o brasileiro. Caiu, todavia, numa armadilha: ao ceder ministros, está reforçando o poder paralelo da mídia; em vez de virar refém de partidos políticos que, de fato, têm deficiências orgânicas sérias, tornou-se refém da própria mídia.
As ondas de pânico criadas em torno de casos de corrupção, desde Collor, têm servido mais a desqualificar a política do que propriamente moralizar a nossa democracia. Mais uma vez, volto à frase de Gramsci: não existe notícia inocente. O Brasil saído da ditadura já trazia, como herança, um sistema político com problemas que remontam à Colônia. O compadrio, o mandonismo e o coronelismo são a expressão clássica do que hoje se conhece por nepotismo, privatização da máquina pública e falha separação entre o público e o privado. A política tem sido constituída sobre essas bases e, depois de cada momento autoritário e a cada período de redemocratização no país, seus problemas se desnudam, soluções paliativas são dadas e a cultura fica. Por que fica? Porque é a fonte de poderes – poderes privados que podem se sobrepor ao poder público legitimamente constituído.
O sistema político é mantido por interesses privados, e é de interesse de gregos e troianos que assim permaneça. Segundo levantamento feito pela Comissão Especial da Câmara que analisa a reforma política, cerca de 360 deputados, em 513, foram eleitos porque fizeram as mais caras campanhas eleitorais de seus Estados. Com dinheiro privado. Em sã consciência, com quem eles têm compromissos? Eles apenas tiveram acesso aos instrumentos midiáticos e de marketing político cada vez mais sofisticados porque foram financiados pelo poder econômico. É o interesse privado quem define se o dinheiro doado aos candidatos e partidos é lícito ou ilícito.
O dinheiro do caixa dois passou a fazer parte desse sistema. Não existe nenhum partido, hoje, que consiga se financiar privadamente – como define a legislação brasileira – sem se envolver com o dinheiro das empresas; e são remotíssimas as chances de um político financiado pelo poder privado escapar de um caixa dois, porque normalmente é o caixa dois das empresas que está disponível. Num sistema eleitoral onde o dinheiro privado, lícito e ilícito, é o principal financiador das eleições, ocorre a primeira captura do sistema político pelo poder privado. E isso não acaba mais.
Esse é o âmago de nosso sistema político. A democratização trouxe coisas fantásticas para a política brasileira, como o voto do analfabeto, a ampla liberdade de organização partidária e a garantia do voto. Mas falhou no aperfeiçoamento de um sistema que obrigatoriamente teria de ser revisto, no momento em que o poder do voto foi restabelecido pela Constituição de 1988.
Num sistema como esse, por qualquer lado que se mexa é possível desenrolar histórias da promiscuidade entre o poder público e o dinheiro privado. Por que isso não entra, pelo menos, em discussão? Acredito que a situação permaneça porque, ao fim e ao cabo, ela mantém o poder político sob o permanente poder de chantagem privado. De um lado, os financiadores de campanhas se apoderam de parcela de poder. De outro, um sistema imperfeito torna facilmente capturável o poder do voto também por aparelhos privados de ideologia, como a mídia. Como nenhuma notícia é inocente, a própria pauta leva a relações particulares entre políticos e o poder econômico, ou entre a máquina pública e o partido político. A guerra permanente entre um governo eleito que tem a oposição de uma mídia dominante é alimentada pelo sistema.
O apoderamento da imprensa é ainda maior. Se, de um lado, a pauta expressa seu imenso poder sobre a política brasileira, ela não cumpre o papel de apontar soluções para o problema. Não existe intenção de melhorá-lo, de atacar as verdadeiras causas da corrupção. Apesar da imensa caça às bruxas movida pela mídia contra os governos, em nenhum momento essa sucessão de escândalos, reais ou não, incluíram seriamente a opinião pública num debate sobre a razão pela qual um sistema inteiro é apropriado pelo poder privado, inclusive e principalmente porque não se questiona o direito de apropriação do poder público pelo poder privado. A mídia tradicional não fez um debate sério sobre financiamento de campanha; não dá a importância devida à lei do colarinho branco; colocou a CPMF, que poderia ser um importante instrumento contra o dinheiro ilícito que inclusive financia campanhas eleitorais, no rol da campanha contra uma pretensa carga insuportável de impostos que o brasileiro paga.
Pode fazer isso por superficialidade no trato das informações, por falta de entendimento das causas da corrupção – mas qualquer boa intenção que porventura exista é anulada pelo fato de que é este o sistema que permite à imprensa capturar, para ela, parte do poder de instituições democráticas devidamente constituídas para isso.
(*) Texto apresentado no Seminário Internacional sobre a Corrupção, dia 7 de novembro de 2011, em Porto Alegre.

Carta Maior

21 comentários:

Sebastião Deoclécio Barbosa disse...

Parabéns a M. I. Nassif. Estas suas palavras nos traz à mente pessoas sérias: Heráclito Fontoura Sobral Pinto, "Há Perú à brasileira, mas não há soluções à brasileira". Nosso Brasil está provando que as pessoas estão tomando coragem de falar a verdade. Já diziam os mais velhos: "...a verdade dói". Sebastião de LinharES

Marcia Eloy disse...

Em primeiro lugar, gostaria de cumprimentar a autora do excelente artigo e depois dizer aos que acham que a autora está culpando a mídia por tudo, talvez não seja por tudo, mais na verdade é por quase tudo. Os jornais e revistas, os canais de televisão tem donos.Estes donos vivem de anúncios. O jornal "O Globo"nos sábados e domingos, colocam 7 cadernos de anúncios para 4 ou 5 de informação, eles precisam de leitores por que os anunciantes exigem um número x de leitores para colocarem ali seus anuncios. mas quem sustenta a mídia são os anunciantes e não os leitores. Logo a força do poder economico no Brasil é incalculável e se estende logicamente a política. Se o poder público pagasse as campanhas políticas, certamente, diminuiria o vínculo entre empresa e político. E as empresas agem sem aparecerem, é uma situação muito cômoda, ninguém sabe qual a empresa pressionou o político tal e até mesmo o jornal tal para que agissem desta ou daquela maneira. Todo mundo sabe que a República foi o primeiro golpe militar no Brasil, mas a história oficial não conta que quem pressionou e incitou os militares a agirem desta forma foram os latifundiários, porque estavam insatisfeitos com a filha do imperador que assinou a Lei Àurea e lhes tirou os escravos. Logo não há nenhuma informação e eu acrescentaria, nenhum ato inocente.

wilson moreira correia disse...

Quero concordar com os comentários de José Honorato e José Hildeberto J.de Aquino; e, acrescentar que, enquanto não entendermos, analisarmos e difundirmos de maneira bem clara para o povo entender de que quem manda hoje no mundo e controla tudo é o capital financeiro/ilícito, iremos correr o risco de se conformar e aceeitar comentários igênuos e/ou capcioso, que só nos levam a prorrogação do engodo político/ideológico, etc. Senão penssemos: quem na realidade financia partidos e políticos no mundo todo? Quem controla a grande mídia? Quem decide, controla e define quem pode fabricar armas:químicas, atômicas, etc? Quem decide que país invadir e que político/ditador liquidar/assassinar? Quem pauta as sociedades hoje, não seria a grande mídia? Ou melhor o capital financeiro? Se sim? Os partidos, presidentes, senadores, ministros, etc., na sua maioria estariam a serviço de quem? Do povo? Do seu país? Então, o buraco não seria mais embaixo?

Ademar Santos Ribeiro disse...

Excelente artigo, parabens! Precisamos ser usar do bom senxo para saber compreender o que propõe os diversos meios de comunicaçao que na sua maioria estão a serviço do sistema. "Não existe informaçao inocente", todas estão a serviço de algum interesse

Cláudio Carvalho Fernandes disse...

Meu Deus ! Que artigo extremamente lúcido ! Com que objetividade a autora nos tira as palavras da boca ! Inteligente e com grande visão sobre a realidade brasileira, mostra que é possível ser crítica com elegância e desenvoltura. Parabéns ! ! ! E grato por essa maravilha.

Halter Maia disse...

Como ilustração dessa atuação desestabilizadora da democracia a que os meios de comunicação brasileiros se dedicam, recomendo um documentário da BBC chamado "Beyond Citizen Kane" que foi, aliás, proibido de ser apresentado em todo território nacional por censura/influência da própria Globo. Nesse documentário demonstra-se exaustivamente como a manipulação da edição do último debate Collor X Lula influenciou favoravelmente a eleição do primeiro presidente brasileiro eleito após a ditadura - e o primeiro a ser legalmente impedido de exercer seu mandato... Mas a Globo não sofreu nenhum impedimento por atrasar em 5 anos a reconstrução do Brasil democrático.

wendel disse...

Inês, seu artigo não merece comentário. É por demais superior a tudo que já lí em matéria de análise, principalmente sobre o papel da imprensa mercenária nativa. Não sou jornalista, e se fosse, me sentiria envergonhado, em ter até agora me omitido em analisar profissionalmente este metier. Sem ideologias, principalmente. Abraços e continue assim que irá semspre ter nosso respeito.

Júlio Garcia disse...

Bravo, Maria Inês! Tua participação no Seminário Internacional sobre Enfrentamento à Corrupção, realizado esta semana em Porto Alegre, foi um dos momentos mais importantes - e interessantes -do evento. Parabéns pela perfomance e pela postura! Cordial abraço! Júlio Garcia Ah, tomei a liberdade de repostar teu artigo no meu blog: http://jcsgarcia.blogspot.com/

Alberto Magno Filgueiras disse...

Os temas da reforma política e da regulação dos meios de comunicação estão evidentemente interligados. É a bancada midiática que tem impedido que se ponha na pauta do Congresso a questão eleitoral e do financiamento de campanhas. É fundamental que pressionemos, via representantes e partidos, para que isso aconteça - mesmo sabendo que a resistência se dá pelo fato que o financiamento público é que corresponde a vontade majoritária das/dos cidadã/os. A conturbação midiática, com seu desserviço à democracia, se enfrenta com mobilização social e firmeza na defesa daquilo em que se acredita. Foi assim nas diretas-já e em todas as boas lutas do povo. A matéria, baseada em sólida argumentação, contribui para essa luta.

José Honorato disse...

A tese é simplória. Elege como causa única da promiscuidade do público com o privado o financiamento de campanha feito por entidades da sociedade civil. O problema da má formação brasileira é muito mais amplo do que isso (ver Freyre, B. de Hollanda, Candido, Schwarz). Do jeito que a articulista trata a questão, o financiamento público de campanha corre o risco de transformar-se em uma panaceia semelhante à da educação. Escola resolve tudo. Campanha com dinheiro público resolve a corrupção.

Alberto Magno Filgueiras disse...

Interessante é que com tantos casos momentosos, supostos turbilhões de malvadezas políticas, não estão vindo a públicos as ansiadas pesquisas para se ver o real efeito dessas campanhas mediáticas na população. Por que será? Vamos iniciar o movimento: pesquisa já!

Webston Moura disse...

Belíssimo texto, cara Maria Inês Nassiff! Teus textos sempre são interessantes. O que hoje funciona no Brasil como um super partido é a grande imprensa. E a histeria é geral diante de qualquer notícia ou factóide. O que restou à oposição, via grande imprensa, foi essa estratégia de destruir o crédito do país e do povo. E num momento de crise mundial, o que torna tudo mais delicado. Que preço pagaremos amanhã não sei ao certo. Mas sei que os antipetistas e aliados não estão nem aí! Hospício já pra eles. Abraços pra você.

Celiodivo Dias disse...

Por essas e outras, sugeri durante a campanha presidencial que a candidata Dilma apresentasse uma minuta de MP de combate à corrupção, aberta às sugestões dos internautas, e cuja redação final seria o primeiro ato de governo. Pelo menos, teria evitado ser pautada pela imprensa...

Celiodivo Dias disse...

Por essas e outras, é que sugeri durante a campanha presidencial que a candidata Dilma apresentasse uma minuta de MP de combate à corrupção nos três poderes, aberta a sugestões dos internautas e cuja redação final seria o primeiro ato de governo. Teria, pelo menos, evitado ser pautada pela imprensa...

Márcio Gonçalves disse...

P/ o Sr. José Hildeberto: Se a mídia está apenas mostrando corrupção que existe, por que a mesma é tão leniente com os governos do PSDB em Minas e em São Paulo? Por que os escândalos do governo de Yeda Crusius no RS foram tão pouco conhecidos no resto do Brasil? Por que a gigantesca roubalheira dos demotucanos na privatização da Vale, do sistema Telebrás, etc, nunca foram tratados como tal pela mídia? É simples. A mídia é um ator político e neste momento está usando o seu poder para desgastar o governo. Qual o interesse da mídia? O interesse dos mercados financeiros. Se você quiser que o Brasil fique igual à Grécia, Espanha, Portugal, rlanda, continue acreditando que a mídia está "apenas fazendo seu papel", se mostrando escandalizada com a corrupção apenas de um lado.

José Hildeberto Jamacaru de Aquino disse...

É de se estranhar e cômodo que alguém impute tão somente à mídia a culpa pelos desmandos que observamos. Negar o quê? Parece mais difícil ainda aceitar como verdades as denúncias que parecem se confirmar, uma a uma. Ou se confirmam ou quais seriam então os reais motivos pelos quais os ministros vão sendo afastados (até com relativo atraso e excessiva tolerância), ou vão renunciando, um após outro? Nos demais casos citados de corrupção, todos raivosamente questionados pela situação, seriam meras invenções de uma mídia comprometida? Francamente! Se alguém não deve como ter o que temer? Pelo contrário. Em nada se provando sairiam fortalecidos. Nâo afirmo que haja envolvimento direto dos citados e a mim não compete apurar e que se declarados inocentes ótimo!, mas nem parabéns merecem, posto que é de ofício de cada um e o mínimo que se espera que tenham uma conduta ilibada. Agora o Governo e seus asseclas até criarem siglas (PIG) para tentar desqualificar aqueles que denunciam, ou enraivarem-se com as denúncias é assumir-se lenientes e até coniventes. Cuidemos, isto sim!, de afastar os que realmente denigrem a imagem e comprometem um trabalho que sempre foi o ideal, a esperança de um povo, inclusive minha agora ex PT, mas que descuraram, não souberam administrar e cederam espaços a essas inserções midiáticas.

Flavio Marcio disse...

Uma personificação deste instigante artigo é o jornalista-ideólogo Merval Pereira, cujo servilismo aos patrões é análogo à sua aversão patológica a tudo e a todos que sejam progressistas.

Oswaldo disse...

É um momento preocupante. Eu li editoriais da Folha e do Estadão desde a vitória de Dilma, e a linha é exatamente essa: pautar, às vezes até de forma didática e pedagógica a oposição. Lembro de texto da Eliane Cantanhede em que enunciava o que a oposição deveria fazer, passo a passo, para derrotar Dilma em 2014. A proposta era clara: defendia essa escandalização da política a que estamos assistindo. E também me lembro de um outro texto da mesma editorialista (este eu até queria resgatar na íntegra) no qual ela celebrava o fato de Dilma, diferentemente de Lula, não parecer capaz de criar um canal direto de comunicação com a população. Ela, Eliane, dizia que assim estaria aberta novamente aberta a imprensa a possibilidade de criar uma imagem do governo e do governante melhor assimiladas pela opinião pública. Um horror, que de fato estamos assistindo.

Pereira disse...

Muito ótimo, Maria Inês. O fato é que as famílias que controlam os jornais e emissoras de rádio e TV, são as executoras das ordens que partem dos grandes capitalistas nacionais e internacionais. Essas famílias, desde a colônia, são CONSTITUÍDAS de PARASITAS. Nada produzem intelectualmente, portanto não dispõem de alternativas para solucionar o grandes problemas nacionais. Ficaram ¨mamando¨ 500 anos no poder... Hoje estão atônitos fora do poder sem saber o que fazer... Então colocaram em prática o único discurso que ele conhecem e que é a especialidade dessa gente: O falso moralismo... Vem desde o império, passou pela proclamacão da republica, pelos vários movimentos militares e finalmente desaguando na UDN que está em fase ressurgimento em alto estilo LACERDA pelas mãos dos frias, mesquitas, marinhos e civitas... NÃO PASSARÃO!!!

Robson Moreno disse...

Excelente artigo! Parabéns a Carta Maior por ter mais esta excelente jornalista política em seu espaço.

Victor disse...

Recomendo a leitura de Os Donos do Poder, de Raymundo Faoro. Vai ajudar.