Novo traçado elevará extensão de rodovia em Mato Grosso.
Obras devem durar até dois anos, estima superintendência do DNIT.
Leandro J. Nascimento Do G1 MT
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Lama ainda é desafio para motoristas na estrada.
(Foto: Leandro J. Nascimento / G1)
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estima executar, em até dois anos, as obras de pavimentação da BR-158, no novo traçado que contornará a terra indígena Marâiwatsede, no nordeste do estado. Ao todo, serão 60 quilômetros a mais, elevando para 180 km a extensão somente nesta localidade. A rodovia federal é considerada uma das mais importantes vias de ligação da unidade federada com os grandes centros. É por ela que a maioria dos municípios recebe os produtos que importa de outros estados, a exemplo de gêneros alimentícios, combustíveis, e outros.
O superintendente do DNIT em Mato Grosso, Luiz Antônio Garcia, explica que o projeto inicial previa o asfaltamento em apenas 120 km passando por dentro da reserva. No entanto, houve necessidade de se alterar o traçado da via, porque as licenças ambientais não foram liberadas.
"O DNIT já tinha o projeto para pavimentação dentro da Marâiwatsede, mas não nos foi concedida à época a licença ambiental. A Funai interviu por conta da existência do território indígena. O departamento resolveu fazer os projetos de engenharia para contornar do lado leste da reserva", disse o superintendente.
Desvio em BR-158 beneficiará três cidades do Nordeste de Mato Grosso (Foto: DNIT)
Conforme Garcia, a previsão é que no próximo ano inicie-se o processo licitatório para definir as empreiteiras responsáveis pelos 180 quilômetros. O DNIT separou o trecho em quatro lotes, sendo dois sob responsabilidade do Exército. "Estamos fazendo o projeto por fora [da reserva] passando por Alto Boa Vista, Serra Nova Dourada, Bom Jesus do Araguaia. Isso deve impactar no crescimento das cidades", complementou Luiz Antônio Garcia.
A obra na região que contornará a reserva está estimada em R$ 360 milhões, mas ainda depende de uma série de fatores, levando-se em conta a necessidade de se construir pontes, passar por serras. "Essa é uma obra que a gente estima duração de até dois anos", salientou Garcia.
Condições ruins
A pavimentação nos quase 800 quilômetros da BR-158 em Mato Grosso foi dividida em dois segmentos: os trechos norte e o sul. O norte está sob responsabilidade do DNIT e engloba os 201.16 km que partem do marco zero - divisa com o Pará - até Canabrava do Norte, a 1.132 km de Cuiabá.
Quem passa pela pela BR-158 conta que é preciso muita cautela para enfrentar os buracos e atoleiros na pista. O caminhoneiro Valdívio Alexandrino dos Santos gastou duas horas para percorrer cerca de 50 quilômetros. O caminhão carregado com 37 toneladas de fertilizantes não suportou o trajeto.
"As estradas estão difíceis e o máximo que se pode andar, em alguns trechos, é a 30 km por hora. É muito cansativa a viagem, pois leva muito tempo. Quando quebra, tem que ficar parado", contou, enquanto esperava o conserto do caminhão em Canabrava do Norte.
Dos quase 800 km da rodovia no estado, faltam ser asfaltados 266 quilômetros. Por meio de uma parceria estabelecida com o DNIT, a secretaria de infraestrutura de Mato Grosso assumiu a pavimentação da rodovia no trecho compreendido entre os municípios de Bom Jesus do Araguaia até Ribeirão Cascalheira, a 983 km e 893 km de Cuiabá.
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