A cor do teu manto

Por Rosângela Farias/ Por E-mail

Aos meus queridos amigos desejo um bom final de semana com muita Luz e Paz bjs fraternos Rosangela Malachias..deixo a todos está linda mensagem de
Carlos Morandi..
Sei que tu queres tecer um manto branco e vê-lo deslizar sobre a pele da Terra. Uma túnica de algodão macio, com cheiro de mar e silêncio de montanhas.
Sei que os teus olhos guardam todos os verdes por onde passeia teu olhar.
Sei que tu recolhes os pios dos pássaros em um carretel de linhas inocentes.
Sei que as tuas mãos colhem o cheiro de chão molhado pelas contas de orvalho do amanhecer.
Sei que os teus lábios catam fios de sorriso para trançá-los no teu tear.
Sei que os teus braços recolhem abraços amigos, o gesto mais antigo daqueles que se mostram amar.
Sei que o teu amor acolhe chispas de esperança nos passos que andam ao teu redor.
Sei que a tua paciência chama toda a tolerância para as tranças dos teus tecidos.
Sei que tu abrigas toda a fraternidade que flameja nos altares de teus semelhantes.
Sei que tua solidariedade recebe todo fio manchado de alguma poeira para depois lavá-los nas águas do teu carinho.
Sei que teu perdão redime todo fiapo de pranto arrependido, enquanto teus dedos os tecem como finos cordões de novas venturas.
Sim, eu sei tudo isto de ti, e me aprazo na grandeza da tua humildade. Pois vejo que tu queres vestir este planeta com uma túnica de paz; o único manto digno de vesti-lo.
Tu vês porque tens olhos de ver; tu ouves porque tens ouvidos de ouvir. E sabes que a Terra está maltrapilha e suja entre os demais astros do firmamento.
Ela, o seio que alimentou todo ser humano desde seu primeiro gemido no mundo. Ela, o colo que embalou todos os filhos e filhas da história desta humanidade. Ela, que os permitiu tornarem-se adultos e cumprirem seus destinos em todos os caminhos de sua própria pele.
E agora, tecelã? O que lhes dão a maioria desses filhos e filhas, a não ser permitir que sua mãe caminhe pelas alamedas douradas do sistema solar com as vestes de uma pobre mendicante?
Sim, tecelã! A alma dessa mãe é extremamente humilde! Segue, apenas segue, na direção do desígnio divino que o Absoluto a ela destinou.
Mas hoje, tecelã, eu estou aqui. E não por menos, pois, sabendo o que mais tu mais valorizas, deixo-te a capa da minha veste para que tu a reúna entre os tecidos nascidos em tua roca.
Beijo-te a fronte e deixo-te meu nome escrito nesta frase que imprimo no amor do teu coração: “A minha paz te deixo, a minha paz te dou.”